As empresas listadas na Bolsa de Valores do Brasil (B3) terão novas regras para aumentar a diversidade de gênero e a representatividade de grupos minorizados em cargos de alta liderança, de acordo com divulgação oficial realizada na data desta publicação, 17 de agosto de 2022.
As companhias que eventualmente não conseguirem avançar precisarão indicar ao mercado e aos investidores em geral os motivos que inviabilizaram os avanços, enfatiza a Bolsa de Valores do Brasil (B3).
De acordo com a divulgação oficial, as novas regras foram colocadas em audiência pública e podem receber contribuições de toda a sociedade até o dia 16 de setembro deste ano, visto que a previsão é que o texto final comece a vigorar em 2023.
O mecanismo proposto pela Bolsa de Valores do Brasil (B3) é conhecido como “pratique ou explique”, no qual as companhias precisam dar transparência ao mercado sobre as ações adotadas.
A previsão é que as companhias brasileiras tenham ao menos uma mulher e um integrante de comunidade minorizada (pessoas pretas ou pardas, integrantes da comunidade LGBTQIA+ ou pessoas com deficiência) em seu conselho de administração ou diretoria estatutária em até dois anos a partir da vigência da norma, que deve ser editada no início do próximo ano, informa o Bolsa de Valores do Brasil (B3).
Atualmente, de 423 companhias listadas, aproximadamente 60% não têm nenhuma mulher entre seus diretores estatutários, e 37% não possuem participação feminina no conselho de administração, segundo levantamento feito pela Bolsa de Valores do Brasil (B3) neste ano.
Em relação ao estudo feito em 2021, foi possível constatar evolução na diversidade de gênero nos conselhos de administração, notadamente entre as empresas que compõem o Novo Mercado.
Neste segmento, o índice de companhias que possuem pelo menos uma mulher no conselho aumentou 16 pontos percentuais – de 58% para 74%, de acordo com dados da Bolsa de Valores do Brasil (B3).
Não há, na base de dados reportada hoje pelas companhias, dados sobre raça e etnia, mas um levantamento entre as 73 empresas que participaram do processo seletivo do ISE Bolsa de Valores do Brasil (B3) mostra o quanto é necessário avançar: 79% delas responderam ter entre 0 e 11% de pessoas negras em cargos de diretoria, e 78% declararam ter entre 0 e 11% de pessoas negras em cargos de C-level.
A Bolsa de Valores do Brasil (B3) informa que as medidas propostas seguem a tendência internacional de indução de maior diversidade no mercado financeiro. Para definir a proposta que vai à audiência pública, a Bolsa de Valores do Brasil (B3) avaliou alterações promovidas pelo órgão regulador das normas de listagem do Reino Unido e por bolsas de valores nos Estados Unidos (Nasdaq), Austrália, Hong Kong, Tóquio e Singapura.
Em todos os casos, essas ações buscam aumentar a participação de mulheres na alta liderança e, em algumas, houve a adoção de regras que abordam a diversidade em diversos âmbitos. A Bolsa de Valores do Brasil (B3) realiza diversas ações voltadas à inclusão, destacando essa necessidade no mercado atual.