O Ibovespa fechou o pregão desta quinta-feira (28) em forte alta. O otimismo prevaleceu no dia e os investidores buscaram ativos de risco, impulsionando o indicador, que vinha registrando quedas nas últimas sessões.
No pregão de hoje (25), o Ibovespa subiu 1,23%, a 115.731 pontos. Com o acréscimo deste resultado, o indicador eliminou praticamente toda a queda acumulada em setembro, para -0,01%. Apesar de o dado ainda estar negativo, o resultado é bem melhor que o de agosto, quando o índice caiu mais de 5%.
No acumulado de 2023, o Ibovespa reserva ganhos de 5,46%, o que evidencia a força do mercado acionário. Aliás, o indicador chegou a acumular ganhos de mais de 11% entre janeiro e julho, mas caiu em 18 dos 23 pregões realizados em agosto, eliminando quase metade destes ganhos.
Vale destacar que foi em agosto que o Ibovespa teve a maior sequência de quedas já registrada na história, caindo por 13 pregões consecutivos. No entanto, as perdas acumuladas no mês foram de “apenas” 5,1%, queda considerada pequena para a quantidade de sessões no campo negativo.
Pausa no rali dos títulos americanos ajuda Ibovespa
Nos últimos dias, os investidores buscaram com mais intensidade os títulos norte-americanos, considerados os ativos mais seguros do mundo. Em resumo, o mercado considera esses papéis muito seguros, pois as chances de calote do governo dos EUA são praticamente nulas.
Quando o cenário internacional está pessimista, com dados econômicos mais fracos que o esperado, os investidores tendem a buscar ativos mais seguros. Dessa forma, protegem-se de eventuais acontecimentos negativos, que podem levar governos a dar calote nos investidores.
Nesta quinta-feira (28), a busca pelos títulos americanos deu uma pausa, após estes ativos atingirem os maiores rendimentos em 15 anos. Isso é um fator bastante atraente para os investidores, que acabam retirando recursos das bolsas de valores pelo mundo, como o Ibovespa, e alocando nos EUA.
PIB dos EUA vem mais fraco que o esperado
Hoje (27), os investidores ficaram de olho nos dados mais recentes do PIB dos EUA. Em suma, o indicador cresceu 2,1% no segundo trimestre deste ano, na comparação com o mesmo período do ano anterior. Apesar do forte crescimento, o resultado veio abaixo das projeções de analistas, que apontavam em um avanço de 2,4% na base comparativa.
Além disso, o Departamento do Trabalho revelou que os novos pedidos de seguro-desemprego aumentaram 2 mil na semana passada, totalizando 204 mil pedidos no período. A saber, quanto maior o número de solicitações de seguro-desemprego, menos resiliente se mostra o mercado de trabalho norte-americano.
Todos esses fatores poderiam derrubar novamente o Ibovespa, uma vez que as preocupações vindas dos EUA acabam afetando todo o mundo, já que o país é a maior economia global. No entanto, o indicador conseguiu subir em meio a um movimento de acomodação dos títulos americanos, com muitos investidores vendendo os papeis por preços mais altos do que compraram.
72 das 86 ações do Ibovespa caem na sessão
Na sessão de hoje (28), 72 das 85 ações listadas no Ibovespa subiram, enquanto 13 papéis caíram. Esse resultado mostra a disseminação das altas no dia, e isso se refletiu no forte avanço registrado pelo indicador no pregão.
A propósito, o Ibovespa é o indicador do desempenho médio das cotações das ações negociadas na B3, a Bolsa Brasileira. Existem duas empresas muito importantes para o indicador, que concentram mais de um quarto das ações listadas na carteira teórica mais famosa do país. Por isso, os investidores ficam atentos a estas empresas para saber se o indicador vai subir ou cair na sessão.
A primeira empresa é a mineradora Vale, cujas ações respondem por cerca de 15% da carteira do Ibovespa. Em síntese, os futuros do minério de ferro subiram no dia, fortalecendo os papéis da mineradora, que subiram 1,07%, impulsionando o indicador.
Já a segunda empresa é a Petrobras, cujos papéis respondem por cerca de 11,6% da carteira do Ibovespa. Diferentemente da Vale, as ações preferenciais (PN) e ordinárias (ON) da Petrobras caíram 0,26% e 0,76% na sessão, respectivamente. Esse resultado eliminou uma parte do avanço da Vale, mas não afetou de maneira muito intensa o indicador, que seguiu no campo positivo.
Aliás, cabe salientar que os acionistas preferenciais não têm qualquer controle ou poder de decisão sobre o futuro da empresa. No entanto, os acionistas ordinários podem exercer algum controle sobre a empresa.
Por fim, a carteira teórica mais famosa do país movimentou R$ 14 bilhões nesta sessão, 30% abaixo da média dos últimos 12 meses, de R$ 20 bilhões. Em setembro, a média está mais elevada, em R$ 15,9 bilhões.