O Ibovespa conseguiu reverter as quedas registradas em boa parte da manhã e fechou o pregão desta segunda-feira (9) em alta. O indicador do desempenho médio das cotações das ações negociadas na B3, a Bolsa Brasileira, beneficiou-se do feriado nos Estados Unidos, que manteve as negociações fechadas no país.
No pregão de hoje, O Ibovespa subiu 0,86%, a 115.156 pontos. Durante a sessão, o indicador chegou a cair 0,63%, mas se recuperou e passou a operar no campo de ganhos. Com o resultado de hoje, o índice retomou os 115 mil pontos, algo que não acontecia desde a última segunda-feira (2).
Apesar do avanço, o indicador continua acumulando perdas em outubro (-1,21%). Contudo, em 2023, o Ibovespa ainda reserva ganhos de 4,94%. Aliás, os ganhos chegaram a superar 11% entre janeiro e julho, mas o indicador caiu em 18 dos 23 pregões realizados em agosto, eliminando quase metade do saldo acumulado no ano.
Naquele mês, o Ibovespa teve a maior sequência de quedas já registrada na história, recuando por 13 pregões consecutivos e acumulando perdas de 5,1%, tombo considerado pequeno para a quantidade de sessões em campo negativo.
Conflitos no Oriente Médio pressionam petróleo
Na sessão de hoje (9), os investidores repercutiram o conflito entre Israel e Hamas. No último sábado (7), o grupo extremista islâmico atacou Israel, que contra-atacou em seguida. Isso provocou a morte de mais de mil pessoas, segundo os dados mais recentes. Também há milhares de desaparecidos e o Hamas está com dezenas de reféns.
Esse cenário caótico provocou a disparada de mais de 4% dos preços do barril de petróleo. O encarecimento do petróleo, que é uma das principais commodities do mundo, tem força para elevar a inflação global, o que pode pressionar os bancos centrais a manterem os juros elevados.
A saber, uma das principais consequências dos juros altos é o enfraquecimento da atividade econômica. Logo, o aumento dos juros não é algo benéfico para os países, mas continua sendo uma medida necessária para controlar a inflação. A propósito, o termo se refere ao aumento dos preços de produtos e serviços.
Mercado acionário dos EUA ficou fechado
Embora as preocupações tenham crescido, os preços do petróleo também subiram, e isso foi mais forte que os temores. O resultado foi a disparada do Ibovespa, mesmo com os conflitos no Oriente Médio e o risco de elevação de inflação.
Aliás, havia diversas razões para o indicador cair nesta segunda-feira (9), mas isso não aconteceu. Pelo contrário, o Ibovespa teve uma alta firme, resultado considerado surpreendente para um dia marcado pelas preocupações globais. Então, o que fez o índice subir na sessão de hoje?
A resposta é simples: não houve negociações nos Estados Unidos, porque foi feriado de Colombo. Como o mercado americano estava fechado, os investidores não tiveram como buscar, por exemplo, os títulos americanos, que atingiram na semana passada o maior patamar em quase 15 anos.
Estes papeis, chamados de treasuries, são considerados os ativos mais seguros do mundo. Em suma, a sua rentabilidade vem crescendo nos últimos tempos devido aos juros elevados nos EUA, que tornam a renda fixa do país mais rentável. Inclusive, as treasuries vêm sugando boa parte dos capitais de bolsas de valores ao redor do mundo, incluindo a brasileira.
59 das 86 ações do Ibovespa sobem na sessão
Na sessão de hoje (9), 59 das 86 ações listadas no Ibovespa subiram, resultado que mostra a disseminação das altas no dia. O indicador se beneficiou, principalmente, por causa dos papeis das petroleiras, que dispararam com o aumento dos preços do petróleo.
A carteira teórica mais famosa do país movimentou R$ 15 bilhões no pregão de hoje, 20% abaixo da média dos últimos 12 meses, de R$ 19 bilhões. Em outubro, a média está em R$ 14,9 bilhões.
Existem duas empresas muito importantes para o indicador, que concentram mais de um quarto das ações listadas na carteira teórica mais famosa do país. Por isso, os investidores ficam atentos a estas empresas para saber se o indicador vai subir ou cair na sessão.
A primeira empresa é a mineradora Vale, cujas ações respondem por cerca de 15% da carteira do Ibovespa. Em síntese, os papeis da mineradora tiveram uma variação negativa no dia (-0,72%) e limitaram um pouco da alta do indicador.
A segunda empresa que sempre fica no radar dos investidores é a Petrobras, cujos papeis respondem por cerca de 11,6% da carteira do Ibovespa. Nesse caso, as ações ordinárias (ON) e preferenciais (PN) da estatal subiram na sessão, impulsionando o índice. Aliás, confira as maiores altas do dia, com as posições ocupadas, principalmente, por petroleiras:
- PetroRio ON: 8,78%;
- PetroRecsa ON: 8,70%;
- 3R Petroleum ON: 6,01%;
- Magazine Luiza ON: 4,49%;
- Petrobras PN: 4,30%;
- Petrobras ON: 4,10%.
Por fim, cabe salientar que os acionistas preferenciais (PN) não têm qualquer controle ou poder de decisão sobre o futuro da empresa. No entanto, os acionistas ordinários (ON) podem exercer algum controle sobre a empresa.