O cenário internacional exerceu novamente grande impacto no Ibovespa e o derrubou nesta quarta-feira (25). Na véspera, o indicador fechou o dia em alta, também impulsionado pelo exterior, mas, desta vez, o que prevaleceu foram as incertezas dos investidores.
A saber, o Ibovespa é o indicador do desempenho médio das cotações das ações negociadas na B3, a Bolsa Brasileira. Na sessão de hoje (25), o Ibovespa caiu 0,82%, a 112.830 pontos, eliminando todo o avanço registrado na terça-feira (24).
Com o acréscimo desse resultado, o índice aumentou as perdas de outubro, para -3,20%. Por outro lado, o Ibovespa ainda reserva ganhos de 2,82% em 2023.
Aliás, o avanço acumulado neste ano chegou a superar 11% em julho, mas o indicador caiu em 18 dos 23 pregões realizados em agosto, período em que teve a maior sequência de quedas já registrada na história, recuando por 13 pregões consecutivos e acumulando perdas de 5,1% no mês.
Em setembro, o Ibovespa até conseguiu subir, mas a alta foi bem leve. Já agora em outubro, o resultado tem sido negativo, refletindo o pessimismo dos investidores, principalmente com o cenário internacional.
Títulos do Tesouro dos EUA sugam dinheiro das bolsas
Nesta quarta-feira (25), os investidores continuaram de olho na guerra entre Israel e o grupo extremista islâmico Hamas. Os conflitos tiveram início no último dia 7 e já provocaram a morte de mais de 7 mil pessoas.
Em resumo, os investidores temem que a guerra provoque o aumento no preço do petróleo no mundo. Caso os conflitos fiquem ainda mais intenso, há um risco iminente de problemas na cadeia de produção e exportação de petróleo, ainda mais ao considerar que 60% da produção mundial de petróleo se concentra Oriente Médio.
Por isso, o mercado está apreensivo, temendo o envolvimento direito de outros países do Oriente Médio nos conflitos, algo que ainda não aconteceu. Todo esse cenário caótico ajudou a impulsionar os títulos do Tesouro dos EUA.
Diante de situações de incertezas e preocupações, como a atual, os investidores tendem a buscar ativos mais seguros, deixando os ativos de risco de lado. Aliás, os títulos americanos são considerados os ativos mais seguros do mundo. Logo, a busca pela renda fixa cresce, com destaque para os Estados Unidos, que são a maior economia do planeta.
Em meio a isso, os títulos do Tesouro dos EUA com prazo de dez anos voltaram a se valorizar. Na semana passada, os papeis atingiram a maior valorização dos últimos 15 anos, ou seja, sua rentabilidade está muito elevada e continua atraindo investidores de todo o mundo, que retiram capital principalmente das bolsas de valores, incluindo a brasileira.
70 das 86 ações do Ibovespa sobem na sessão
Na sessão de hoje (24), 70 das 86 ações listadas no Ibovespa fecharam o dia em queda, puxando o indicador para baixo. Apenas 15 papeis conseguiram fechar o pregão em alta, enquanto um se manteve estável
Durante as sessões, o mercado fica de olho na variação registrada por duas grandes empresas: a mineradora Vale e a Petrobras. Cada uma delas responde por 14% da carteira teórica do Ibovespa, ou seja, elas exercem forte impacto no indicador.
Nesta quarta-feira (25), as ações da Vale tiveram uma leve queda de 0,09%, exercendo pouca influência no indicador. Por sua vez, os papeis preferenciais (PN) da Petrobras avançaram 0,53%, enquanto os ordinários (ON) subiram 0,28% no dia. Ambos os resultados diminuíram apenas um pouco da queda registrada pelo Ibovespa.
Em síntese, a carteira teórica mais famosa do país movimentou R$ 15 bilhões na sessão, 20% abaixo da média dos últimos 12 meses. Neste mês de outubro, a média está em R$ 16 bilhões, menor montante mensal de 2023. Em contrapartida, o valor mais elevado foi registrado em junho, quando a média diária de giro financeiro no Ibovespa chegou a R$ 21,1 bilhões.
Veja as maiores altas e quedas nesta quarta-feira (25)
Na sessão de hoje (25), as ações que tiveram os maiores avanços percentuais, entre as poucas que subiram, foram:
- Magazine Luiza ON: 2,13%;
- Gol PN: 1,06%;
- Ultrapar ON: 1,36%;
- CVC Brasil ON: 0,69%;
- Petrobras PN: 0,53%.
Em contrapartida, os papeis com as quedas mais intensas do dia tiveram variações bem mais expressivas, puxando o Ibovespa para baixo. Veja abaixo quais foram as ações:
- Weg ON: -10,11%;
- Pão de Açúcar – CBD PN: -6,02%;
- Casas Bahia ON: -5,88%;
- Rede D’Or ON: -5,35%;
- Hapvida ON: -5,15%.
Por fim, cabe salientar que os acionistas preferenciais não têm qualquer controle ou poder de decisão sobre o futuro da empresa. No entanto, os acionistas ordinários podem exercer algum controle sobre a empresa.