IBGE prevê safra de grãos de 302 milhões de toneladas para 2023

IBGE prevê safra de grãos de 302 milhões de toneladas para 2023

Estimativa do IBGE indica que safra será recorde, impulsionado pelas colheitas de milho e soja, que também deverão ser recordes

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quinta-feira (7) a mais nova estimativa para a safra de grãos de 2023. E os dados apresentados cresceram em relação à última projeção do IBGE, divulgada em dezembro do ano passado.

De acordo com o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), a produção nacional de grãos, cereais, leguminosas e oleaginosas deve totalizar 302 milhões de toneladas neste ano.

A última estimativa apontava para uma safra de grãos de 296,3 milhões de toneladas em 2023. Assim, quando comparado com as novas previsões do IBGE, houve um crescimento de 1,9% entre os números, que corresponde a 5,7 milhões de toneladas.

Já na comparação com a safra obtida em 2022, o crescimento é ainda maior, de 14,7%. Isso representa um aumento de 38,8 milhões de toneladas em relação à colheita brasileira do ano passado.

Vale destacar que essa estimativa representa um recorde para a safra de grãos do Brasil. Aliás, o IBGE também prevê que as safras de soja e milho registrem os maiores níveis históricos em 2023, impulsionando assim a safra nacional de grãos.

“O aumento forte de 14,7% em relação a 2022 deve-se ao fato de a soja ter tido quebra de safra no ano passado”, explicou o gerente da pesquisa, Carlos Barradas. De acordo com ele, esse fator reduziu a colheita de grãos no ano passado, enfraquecendo a safra nacional.

“Nesse início de 2023, há duas grandes surpresas: os recordes de produção da soja e do milho, devido a uma safra de verão muito boa e uma expectativa positiva para a 2ª safra, pois, com exceção do Rio Grande do Sul, onde as chuvas demoraram e tem estado abaixo da média, o clima nas demais Unidades da Federação tem ajudado as lavouras”, disse Barradas.

Produção da soja deve crescer 23,4%

Segundo o IBGE, a produção de soja deve totalizar 147,5 milhões de toneladas neste ano. Isso representa uma disparada de 23,4% na comparação com a safra de 2022. Inclusive, o aumento ficou tão expressivo assim devido às dificuldades enfrentadas em 2022, que tornaram enfraqueceram a base de comparação.

Já em relação ao milho, a estimativa do IBGE ficou em 122,5 milhões de toneladas. Em resumo, esse valor se divide nas duas safras do grão, com a 1ª safra devendo totalizar 29,4 milhões de toneladas e a 2ª safra chegar a 93,1 milhões de toneladas de milho. As novas projeções representa uma alta firme de 11,2% em relação à colheita de 2022.

“A primeira safra do milho – plantio em setembro/outubro e colheita em janeiro/fevereiro – cresceu 15,8%, lembrando que no mesmo período houve perdas da safra em 2022. O destaque será a segunda safra que começa a ser plantada agora, depois da colheita da soja”, disse Barradas.

“Como o ano agrícola começou no tempo certo, a janela de plantio está grande, o que proporcionará maior segurança climática”, analisou o gerente. Por isso que as estimativas do IBGE estão bastante positivas para a safra de grãos neste ano.

Outro destaque dessas novas estimativas é o café. Segundo o IBGE, a produção do grão está crescendo de maneira surpreendente em relação a 2022. Assim, o instituto estima que a safra cresça 5,7% na comparação com o ano passado.

A estimativa considera as duas espécies, arábica e canephora. Em 2023, a produção somada das espécies deve totalizar 3,3 milhões de toneladas, o que corresponde a 55,3 milhões de sacas de 60 quilos. Aliás, o IBGE ressalta que a produção da espécie arábica deve crescer 13,7% em relação a 2022, apesar de 2023 ser um ano de bienalidade negativa.

“Era para cair a produção, mas há uma expansão de volume porque em 2022 houve queda, mesmo sendo um ano bienalidade positiva. Ou seja, houve uma inversão da bienalidade”, explicou Barradas. “Já a espécie canephora caiu 8,9%, sendo impactado pelos altos custos de produção”, disse o gerente da pesquisa.

Centro-Oeste lidera ranking nacional

Além disso, o IBGE revelou que, entre as regiões do país, o Nordeste e o Sudeste apresentaram estabilidade em suas estimativas frente o prognóstico anterior. Já as projeções para as demais regiões do país cresceram em relação a dezembro, com o maior avanço vindo do Centro-Oeste (2,91%), seguido por Sul (2,0%) e Norte (0,1%).

Em relação à safra de grãos de 2022, todas as regiões brasileiras deverão apresentar dados mais positivos. O principal destaque deverá ser o Sul, cuja produção estimada para 2023 irá disparar 38,6%. Em seguida, devem ficar Norte (11,1%), Centro-Oeste (8,6%), Nordeste (1,8%) e Sudeste (1,0%).

“O Mato Grosso lidera como o maior produtor nacional de grãos, com participação de 29,3%, seguido pelo Paraná (14,9%), Rio Grande do Sul (13,0%), Goiás (9,2%), Mato Grosso do Sul (8,1%) e Minas Gerais (5,8%), que, somados, representaram 80,3% do total”, informou o IBGE.

Por fim, as estimativas para a safra de grãos são divulgadas mensalmente pelo IBGE. Por isso, todas as estimativas são passíveis de alterações no decorrer deste ano.

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