Home Office diminui no Brasil

Recentemente, o número de empresas que usam o Home Office no Brasil abaixou para 32,7%, em outubro do ano passado. No ano de 2021, contudo, eram 57,5% das empresas, ou seja, quase o dobro.

Além disso, a pesquisa indica que a quantidades de trabalhadores que usam do Home Office ao menos uma vez na semana foi de 55,5% em 2021 para 34,1% em 2022.

Estes dados são de pesquisa da FGV (Fundação Getúlio Vargas), a partir dos pesquisadores José Maria Barrero, Nicholas Bloom e Steven J. Davis.

Assim, é possível perceber que a pandemia da covid-19 acabou promovendo o aumento do trabalho remoto. Então, com a diminuição dos casos da doença, as oportunidades de trabalho em Home Office também abaixam.

“É justamente uma questão do controle da pandemia. Naquele pior momento, a gente tinha um percentual muito grande de empresas afirmando que estava em trabalho remoto, mas muito por uma necessidade, não por uma vontade própria”, relatou Rodolpho Tobler, pesquisador da FGV.

“A percepção das empresas e dos trabalhadores de que o fenômeno do home office tenderia a se reduzir drasticamente com o avanço da vacinação e o controle da pandemia parece ser diferente de um ano atrás”, indica a pesquisa.

Ademais, os pesquisadores entendem que o trabalho presencial traz características importantes para as atividades dos trabalhadores.

“O trabalho não é só é a questão técnica, não é só o que você faz no computador, mas é também como você interage, como você se relaciona com as pessoas. Tudo isso tem sido importante para que o trabalho seja realizado”, declarou a professora Maria José Tonelli.

O que indica a pesquisa?

De acordo com o estudo da FGV, o destaque de trabalho por meio de Home Office durante a pandemia foi para o setor de indústria e serviço. Isto é, visto que este atingiu o nível de 72,4% de trabalhadores nesse regime.

No entanto, com a recente atualização, foi possível perceber que 65,5% dessas empresas diminuíram o trabalho remoto de 49% e 40,3%.

Além disso, em 2021, o setor de informação e comunicação já contavam com a modalidade remota em 89,5% das empresas. Contudo, este número também sofreu uma baixa, chegando a 74,2%.

Já falando da área de serviços prestados às famílias, o número de trabalhadores em Home Office chegou 12,8% em outubro de 2022. Anteriormente, em 2021, eram 36,7%.

A menor taxa de trabalho remoto ficou para a área do comércio, com 13,4%.

Por outro lado, foi possível verificar crescimento em uma área, a de construção, com 40,9%.

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Desse modo, como forma de explicar o motivo dessas mudanças, a pesquisa relembra que, conseguir realizar o trabalho remoto “depende de investimento em ferramentas de gestão capazes de medir o desempenho e garantir a sustentabilidade desse modelo no longo prazo com uma revisão dos contratos de trabalho”.

Home Office aumenta produtividade?

Outro fator que a pesquisa busca demonstrar é se a adoção do Home Office influencia na produtividade das empresas. Isto é, se os trabalhadores conseguem produzir mais no regime de trabalho remoto ou presencial.

Nesse sentido, o estudo indica que, em 2021:

•  21,6% das empresas contaram com aumento na produtividade.
• 19,4% das empresas tiveram redução na produtividade.

Então, em 2022, 30% das empresas demonstram ter identificado um aumento na produtividade dos trabalhadores. Isto é, trata-se de um aumento considerável, de 8 pontos percentuais.

Além disso, o grau de baixa na produtividade foi para 10,2% das empresas.

Desse modo, vê-se que mesmo com a baixa no número de Home Office, aqueles que mantiveram o regime registraram aumento na produtividade.

Segundo a pesquisa, a produtividade se dividiu da seguinte forma nos setores:

• Na áreal empresaria, subiu de 22,3%, em 2021, para 22,7%, em 2022.
• Em Indústria de Transformação, foi de 15,4% para 20,2%.
• A área de serviços teve queda, de 33,8% para 27,8%.
• No varejo ampliado foi de 11,2% para 13,4%.
• Por fim, o setor da construção foi o que mais teve crescimento, indo de 23,3% para 40,9%.

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“Esse saldo positivo na percepção da produtividade de 2,2% em 2021 para 19,5% em 2022 foi influenciado pelas respostas nos setores industrial e de serviços. Na construção, houve aumento da proporção de empresas que vêm observando queda na produtividade”, relata a pesquisa.

Trabalho híbrido cresce

Enquanto há queda no Home Office, há o aumento do trabalho híbrido.

Isto é, trata-se de um modelo em que o trabalhador atua tanto de forma remota quanto de forma presencial. Assim, ele irá variar entre estes formatos em certo período da semana.

Atualmente, é possível identificar 2,4% do total de empresas que usam deste modelo, o que ainda é pouco, mas em uma crescente.

Primeiramente, de acordo com um estudo do InfoJobs, as áreas se dividem da seguinte maneira, no que se refere a Home Office:

• Na área comercial e de vendas há 22,4% de ofertas em Home Office.
• Já no setor de informática, TI e telecomunicações a modalidade chega a 19,5%.

Já em relação ao trabalho híbrido, vê-se que:

• A área comercial e de vendas conta com 34,7% das vagas em trabalho híbrido.
• O setor de informática, TI e telecomunicações ofertam 10,5% de oportunidades neste modelo.

Além disso, a pesquisa do InfoJobs indica que a ofertas em trabalho híbrido cresceram 16,6% de novembro de 2022 a janeiro de 2023. Nesse sentido, o site contou com 7.010 vagas neste modelo em todo o país.

Considerando os estados com mais índices de trabalho híbrido ou de Home Office, aqueles com mais vagas foram:

• São Paulo
• Rio de Janeiro

Como exemplo, o estado do Ceará contou com somente 25 vagas em trabalho híbrido e 35 em Home Office.

Nesse contexto, o site InfoJobs entende que estes dados confirmam “a tendência de retomada do modelo presencial nos escritórios brasileiros”. Isto é, considerando que o Home Office diminuiu enquanto o trabalho híbrido aumentou.

Home Office para fora do Brasil aumentou

Apesar da queda do Home Office num geral, ainda é possível perceber que o número de vagas para trabalhar de forma internacional cresceu. Isto é, tratam-se de oportunidades para brasileiros trabalharem de forma remota, mas para empresas de fora do país.

Nesse sentido, os trabalhadores que moram no Brasil, mas trabalham para o exterior cresceu 491% de 2020 a 2022. É o que indica pesquisa da plataforma Husky.

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Vê-se, então, que a área que mais atrai este tipo de oportunidade é a área de tecnologia da informação. No entanto, também é possível verificar estas vagas para outros profissionais como, por exemplo, designers, influenciadores digitais e streamers.