A automedicação sempre foi um mau hábito da sociedade brasileiro, entretanto, com o acesso mais facilitado às pesquisas de internet, esse número cresceu potencialmente.
Isso porque ao sentir qualquer incomodo, muitas pessoas recorrem ao “Drº Google”, como vem sendo chamada a plataforma de pesquisas, a qual 26% dos brasileiros investigam sobre possíveis problemas de saúde, de acordo com uma pesquisa divulgada pela própria empresa.
Com base nas informações obtidas na internet, e logo, com o “diagnóstico virtual” em mãos, o próximo passo é garantir a medicação para sanar tais sintomas, resultando assim, no consumo indiscriminado de remédios sem a indicação médica.
Esse hábito está presente no dia a dia de aproximadamente 77% dos brasileiros. É o que indica a pesquisa feita pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF).
Mesmo em abordagens mais recorrentes, como resfriados ou má digestão, a automedicação pode surtir em efeitos contrários da proposta de sanar os sintomas, trazendo inclusive, outros riscos à saúde.
Riscos da automedicação
Além de muitas vezes, a automedicação não cumprir com a proposta de solucionar os sintomas das doenças, esse hábito pode culminar em consequências muito graves à saúde.
Como exemplo, o uso sem indicação médica de anti-inflamatórios, que é bem comum entre os brasileiros, pode sobrecarregar os rins. Já os antiácidos e remédios utilizados para tratar dores no estômago, quando usados indiscriminadamente resultam em gastrites e até úlceras.
Também é importante ressaltar, que os medicamentos são uma das principais causas de intoxicação no país.
Outros graves prejuízos à saúde associados à automedicação estão relacionados ao funcionamento do fígado.
Automedicação na Pandemia
Atualmente, devido ao cenário da Pandemia, muitos brasileiros vêm fazendo uso de medicamentos sem prescrição médica na tentativa de driblar o contágio ou os sintomas da covid-19.
Além de não haver comprovações científicas da eficácia dessas substâncias no combate à Covid-19, o consumo sem necessidade e indicação médica dos medicamentos hidroxicloroquina e ivermectina podem provocar alguns efeitos colaterais.
No caso da hidroxicloroquina, os efeitos podem ser desde problemas cardíacos até a hepatite medicamentosa.
A hepatite medicamentosa, inflamação que ocorre no fígado, também é possível durante o uso de ivermectina, já que a substância possui toxicidade hepática.
O acúmulo de toxicidade no fígado pode comprometer de forma definitiva sua função, chegando até a necessidade de um transplante de órgão.
Apesar dos exemplos abordarem apenas dois medicamentos, visto o aumento do consumo dos mesmos durante a Pandemia, vale destacar, que qualquer remédio, independente da dose, pode causar uma lesão não necessariamente pelo uso excessivo.
Usar medicação para prevenir doenças, inclusive, vitaminas para reforçar o sistema imunológico também necessitam de prescrição médica, pois nem sempre o organismo está carente de determinado nutriente. Essa sobrecarga, mesmo que seja de vitaminas, também pode afetar à saúde do corpo.
Diante disto, é extremamente necessário que o paciente administre a substância e dosagem correta, conforme a necessidade de recuperação do organismo e para isso, nada melhor do que um médico para orientar e acompanhar.