O programa de barateamento dos preços dos carros populares deverá ter quatro meses de duração apenas. A informação foi sinalizada por integrantes do Ministério da Fazenda nesta quinta-feira (1). O Ministro Fernando Haddad (PT) vinha defendendo este período de tempo mais curto. O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) estava trabalhando para manter o projeto por um ano completo.
Além da questão do tempo, o Ministério da Fazenda também definiu que o programa de barateamento dos preços dos carros populares vai ter um custo estimado de R$ 500 milhões aos cofres públicos. Vale lembrar que o projeto vai trabalhar com a redução de impostos para as empresas. Assim, o Governo vai ter uma queda na sua arrecadação.
Todos estes pontos foram apresentados pelo Ministro da Fazenda ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em reunião nesta quinta-feira (1). O presidente teria dado o aval para o programa. Agora, o texto vai ser analisado pelo Ministério da Casa Civil, que tem o comando do Ministro Rui Costa. Ainda não há uma data para a divulgação do plano ao grande público.
De todo modo, Haddad vem dizendo que o plano é divulgar todo o detalhamento das informações já na segunda-feira (4). Este cenário só seria possível se a aprovação por parte da Casa Civil sair no tempo desejado. Quanto mais cedo o Governo anunciar as medidas, mais cedo os cidadãos poderão comprar carros populares a um preço mais em conta.
“Nós fechamos um entendimento. Ficou um desenho bom para o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, bom para a Fazenda. Os 2 ministérios estão muito bem contemplados”, disse Haddad ao retornar do Planalto.
O Ministro argumentou que o prazo de duração do programa é curto porque a ideia é que ele dure até o momento em que o Banco Central (BC) reduzir os juros da taxa Selic. Há uma grande expectativa por parte do Ministério da Fazenda de que uma redução aconteça no segundo semestre.
“Essa é uma questão limitada aos próximos meses para que não haja demissões. Sobretudo há uma preocupação muito grande com o emprego na indústria automobilística e em toda a cadeia. É uma coisa temporária, com valor definido e tempo definido”, afirmou o ministro.
De acordo com informações divulgadas por Geraldo Alckmin, o programa de redução dos preços dos carros vai contar com a diminuição de impostos como IPI e PIS/Cofins. A ideia é que os descontos girem entre 1,5% e 10,96% a depender das características de cada carro popular e de cada marca.
Ao todo, a ideia é que o programa tenha impacto nos valores finais de 33 modelos de 11 marcas diferentes por um período de 120 dias. O Governo vai levar em conta uma série de características como preço, eficiência energética e densidade industrial no país para definir qual vai ser o tamanho do desconto concedido para aquele determinado veículo.
Informações de bastidores indicam que o esperado anúncio do Governo Federal sobre o barateamento dos carros populares, não envolva apenas os carros. Há uma expectativa pelo anúncio de medidas para os caminhoneiros.
O Ministério da Fazenda estuda a possibilidade de traçar métricas para facilitar a compra de novos caminhões pelo país. A ideia é ajudar a trocar parte da frota mais antiga que está circulando pelas estradas brasileiras. Hoje, estima-se que 26% da frota em atuação no Brasil tem mais de 30 anos de uso.
Tal medida deve ser mais um aceno do Governo Federal aos caminhoneiros. O primeiro foi dado em março, quando o Ministério da Fazenda decidiu não acabar com o sistema de desoneração do Diesel. Este combustível segue desonerado ao menos até o final deste ano.