Guerra na Ucrânia pode afetar inflação e PIB brasileiro?

Guerra na Ucrânia pode afetar inflação e PIB brasileiro?

A invasão da Rússia à Ucrânia na última semana acabou derrubando a bolsa de valores. Além disso, especialistas acreditam que a guerra no Leste Europeu pode impactar até mesmo a inflação e o PIB brasileiro.

Para especialistas no assunto, o que podemos esperar com o conflito é um aumento no preço de commodities Os brasileiros devem sentir diferença em combustíveis, alimentos e até mesmo no câmbio.  É importante mencionar que a Rússia produz aproximadamente 11% do petróleo mundial.

Entenda os motivos do preço dos alimentos aumentar durante esse período

A Rússia e a Ucrânia são responsáveis por grande parte da produção do trigo vendido no mercado mundial. Desse modo, à medida que a guerra avança, o preço do trigo e seus derivados como o pão e o macarrão pode aumentar. “Uma escalada do conflito nas próximas semanas poderia afetar a lavoura de trigo, em atual estágio de desenvolvimento, enquanto o milho poderia ser impactado em termos logísticos, dado que o primeiro trimestre é sazonalmente mais forte em termos de exportação”, disse o Itaú BBA.

O preço de alguns alimentos produzidos no Brasil também podem ser afetados por conta da guerra, já que mais da metade dos fertilizantes utilizados na agricultura do país são negociados com a Rússia.

“Para nós, a questão do fertilizante é sagrada. E nossa posição, como acertado com o [chanceler] Carlos França, é de equilíbrio. Nossa posição tem que ser de bastante cautela para não trazermos problemas para o nosso país”, disse Jair Bolsonaro.

O posicionamento do presidente Jair Bolsonaro sobre a invasão da Rússia à Ucrânia não tem agradado líderes da União Europeia. Para a eurodeputada portuguesa, Isabel Santos, o caminho adotado por Jair Bolsonaro levará o presidente brasileiro ao isolamento internacional, assim como Putin. “Definitivamente esta atuação do senhor Bolsonaro nos entristece”, disse.

Dólar e juros durante a guerra

Nesta semana, Paulo Valle, secretário do Tesouro Nacional, afirmou que o Brasil está preparado para os impactos econômicos do conflito no Leste Europeu. Para ele, o país possui grandes reservas internacionais e baixa participação de estrangeiros na dívida pública.

Apesar disso, se a cotação do dólar não desacelerar, o BC pode ser obrigado a aumentar novamente a taxa Selic. Neste caso, o crescimento econômico para o ano de 2022 acabaria mais prejudicado do que o  esperado.

Alta no valor dos combustíveis

Para a Fundação Getulio Vargas (FGV), o principal fator que pode prejudicar a economia brasileira durante a guerra no Leste Europeu é o preço do petróleo. O barril tipo Brent, referência para a Petrobras no reajuste dos combustíveis encerrou a semana em U$ 150, o maior nível desde 2014.

Além do petróleo, o preço do gás natural deve interferir na economia, já que a Rússia atualmente é a maior produtora global deste combustível.  No Brasil, o gás natural é utilizado para abastecer termelétricas. Para o diretor de Refino e Gás Natural da Petrobras, Rodrigo Costa, é esperado que a elevação dos reservatórios das usinas hidrelétricas no início do ano possa compensar, ao menos no início da guerra.

 

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.

Obrigado por se cadastrar nas Push Notifications!

Quais os assuntos do seu interesse?