O ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou mais uma vez a defender que sobras de comidas sejam entregues as pessoas em situação de vulnerabilidade social. a declaração foi dada nesta quarta-feira (23), em um evento da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Ele ainda pediu desculpas pelo que chamou de “equívoco” e argumentou que ninguém está imune ao erro. Porém ainda acusou jornalistas de distorcerem as informações (veja mais abaixo) e explicou que as sobras que se referia eram “limpas”.
“Sobra limpa não é comida de resto de prato, de forma alguma. É justamente o contrário. O restaurante preparou aquilo tudo, em uma churrascaria rodízio está lá o arroz, a farofa, a carne, tudo preparado, chegou o fim do dia e sobrou. Aquilo pode ser transportado rapidamente”, se justificou.
“Eu peço desculpas até para narrativas falsas”, completou o ministro.
Paulo Guedes e sobra de comida
Na semana passada, mais especificamente na quinta-feira (17), Paulo Guedes já tinha dito que o problema da fome na realidade, não seria a falta de comida, e que a situação poderia ser resolvida se a cadeia produtiva fosse mais bem organizada. O que gerou uma grande repercussão, críticas e debates.
A declaração aconteceu no 1º Fórum da Cadeia Nacional de Abastecimento.
“O prato de ‘uma classe média’ europeu é pequeno, no nosso, há uma sobra enorme. Precisamos pensar como utilizar esse excesso no dia a dia. Aquilo dá para alimentar pessoas fragilizadas, mendigos, pessoas desamparadas. É muito melhor que deixar estragar”, argumentou ele na semana passada.
A ministra da Agricultura e Pecuária, Tereza Cristina, também comentou o assunto na ocasião. Ela defendeu que era necessário um novo marco regulatório contra a fome no Brasil e sugeriu, por exemplo, que pudesse ser possível a compra de alimentos fora da data de validade estabelecida no rótulo.
Na semana passada Guedes também defendeu a agricultura familiar, na tentativa de buscar um desenvolvimento sustentável.
Paulo Guedes ainda mencionou que era necessário mais logística para levar os alimentos produzidos no Brasil para o resto do mundo.
“Precisamos de novos marcos regulatórios de ferrovias, cabotagem, para aumentar a exportação. Na pandemia, nossas exportações caíram para o resto do mundo, mas subiram para a Ásia. Precisamos de logística para levar nossos alimentos para o resto do mundo.”