Uma reunião entre Paulo Guedes, ministro da Economia, e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foi feita para tratar os detalhes do Renda Brasil, novo programa do governo que será lançado oficialmente em breve. A última reunião não terminou em consenso.
O ministro da Economia alertou Bolsonaro que o Renda Brasil só conseguirá ser um benefício médio de mais de R$ 300 se houver extinção das deduções do Imposto de Renda (IR) de pessoa física.
O Renda Brasil, que irá substituir o Bolsa Família, teve seus detalhes apresentados por Guedes. O ministro mostrou propostas de parcelas que variavam entre R$ 240 e R$ 270. Para o ministro, o valor depende da extinção de outros programas. Mas o presidente Bolsonaro pressiona para que o valor seja de pelo menos R$ 300.
De acordo com a Folha de S. Paulo, o ministro prevê que sejam reformulados ou extintos até 27 programas e benefícios sociais para que o Renda Brasil seja criado. Ainda assim, mesmo no melhor cenário, o benefício não chegaria a ter rendimento de R$ 300. Atualmente, o valor médio do Bolsa Família é de R$ 190.
A equipe econômica do governo também calcula que o Renda Brasil seja mais abrangente. Atualmente, o Bolsa Família atende cerca de 14 milhões de pessoas. A expectativa é que o Renda Brasil alcance um adicional de 6 a 8 milhões de pessoas.
Na última quarta-feira (26), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) revelou que as discussões sobre o Renda Brasil, novo programa do governo, estavam suspensas por enquanto. De acordo com ele, a suspensão será mantida até que o texto elaborado pela equipe de Paulo Guedes, ministro da Economia, sofra ajustes.
Bolsonaro e Renda Brasil
“Ontem discutimos a possível proposta do Renda Brasil ,e falei está suspenso. A proposta como apareceu para mim não será enviada ao parlamento. Não posso tirar de pobre para dar a paupérrimos”, afirmou o presidente.
Com a declaração, Bolsonaro mostra que não deseja tirar recursos de outros programas já existentes para custear o Renda Brasil. O novo programa deve ser lançado como uma espécie de substituto do Bolsa Família. Entretanto, a equipe econômica também defende cortar outros programas, como o Farmácia Popular e o abono salarial.
“Não podemos fazer isso aí, como por exemplo, a questão do abono para quem ganha até 2 salários mínimos , que seria um 14º salário, não podemos tirar isso de 12 milhões de pessoas para dar ao Bolsa Família, ao Renda Brasil ou como for chamar esse novo programa”, continuou Bolsonaro. O presidente também demonstrou discordância no debate sobre a prorrogação do auxílio emergencial.