O ministro da Economia, Paulo Guedes, deu declarações polêmicas nesta sexta-feira (09). Sem dar nomes, ele criticou o que ele chamou de “ministro fura-teto”, enquanto comentava sobre a aprovação do orçamento de 2021. O texto vem gerando diversos impasses para o governo, de acordo com análise da equipe econômica.
Em ocasiões anteriores Guedes mostrou tanta preocupação com o texto que chegou a alertar uma possível abertura de um processo de impeachmet do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
“Tem sempre um ministro mais ousado, né? Tem ministro fura-teto, tem de tudo aqui, né? Tem ministro que não desiste, volta toda hora e bate no mesmo lugar, bota em risco a viagem do grupo todo até”, críticou Guedes, em evento virtual promovido pelo Bradesco BBI.
“Isso acontece, volta e meia, e é natural. ‘Bota mais um pouquinho de dinheiro ali, bota um pouco mais aqui, bota um pouco mais ali’. Esquece de combinar com os outros, né? Quando vai combinar com os outros, a conta não fecha”, completou.
Neste contexto Guedes chegou a comentar um dos impasses do orçamento de 2021: as despesas com a Previdência. Ele reconheceu que o valores podem ser menores do que previu o governo, porém, o orçamento aprovado no Congresso subestimou de maneira irrealista desta despesa, que é obrigatória.
Guedes não poupa críticas: “ministro pula a cerca”
Há duas semanas o orçamento foi aprovado pelo Congresso, porém um impasse ainda não foi resolvido à redução de 26,5 bilhões na projeção das despesas obrigatórias do governo. Grande parte do valor se refere a despesas com a previdência- num total de R$13,5 bilhões de reais.
Ele ainda não negou que a equipe econômica possa ter errado os cálculos para elaboração do orçamento 2021, mas não poupou críticas mesmo assim ao ministro que preferiu não citar o nome.
“Certamente tem erro quando um ministro pula a cerca e vai combinar um negócio que não está combinado com a Segov (Secretaria de Governo), que é quem está conduzindo o acordo político.”
“Deve ter tido erro para todo lado. Quem errou menos, que foi o (Arthur) Lira (presidente da Câmara dos Deputados), está aborrecido com isso e falou: ‘espera aí, vamos fazer o acordo valer, direito, tudo que foi combinado’.”
“Quero crer que no caso do Orçamento, a coisa vai funcionar direito, nós vamos chegar lá”, continuou.
Em outra ocasião. Guedes havia dito que na verdade não há qualquer desgaste político ou “má-fé” com a aprovação do orçamento. E que isso aconteceu na verdade por que o texto formado por um “time que nunca jogou junto”.