Paulo Guedes, ministro da Economia, negou que o governo cogita prorrogar o auxílio emergencial. Atualmente, o governo encontra dificuldade para construir e lançar o Renda Cidadã. Apesar de ainda não ter previsão de lançamento do novo programa, o ministro afirma que a prorrogação não está em discussão.
Guedes falou sobre o assunto em conferência online com investidores, organizada pela XP Investimento. O ministro afirmou que é “indesculpável” usar a doença, se referindo à Covid-19, para conceder novos “estímulos artificiais” à economia, se referindo ao auxílio emergencial.
“É completamente indesculpável usar uma doença em queda para pedir estímulo artificial à economia. Isso é uma fraude. Isso é falso. Isso é ruim. É política ruim. Isso estaria comprometendo futuras gerações por um ato covarde”, opinou o ministro. “Se você não tem coragem de encarar e pagar pela sua guerra… Você tem que pagar pela guerra. Nós temos uma guerra neste ano. Gastamos 10% do PIB, a relação dívida/PIB disparou, o que temos que fazer no próximo ano? Derrubá-la drasticamente. Vamos acelerar privatizações, vamos honrar o teto de gastos. Vamos manter baixa a taxa de juros”.
O ministro da Economia afirmou também que é melhor manter o Bolsa Família da forma atual do que fazer algo contra a responsabilidade fiscal. “Tudo indica que a doença está perdendo espaço, temos três ou quatro meses mais. Ao final do ano, estamos buscando um pouso suave desses repasses emergenciais. O presidente disse: ‘se você não encontrar espaço sem um movimento populista, voltaremos ao Bolsa Família’. Melhor do que fazer um movimento maluco e fiscalmente irresponsável”, afirmou.
O Renda Cidadã seria feito para substituir o Bolsa Família e começaria a ser pago em janeiro de 2021, quando o auxílio emergencial já terá chegado ao fim. Até então, o programa emergencial finaliza os pagamentos em dezembro de 2020.