O PIX, sistema de pagamentos e transferências instantâneas desenvolvido pelo Banco Central, já demonstrou ser um sucesso seis meses após seu lançamento, com mais de 254 milhões de chaves já cadastradas. Mas a ferramenta também pode ser explorada por quem tenta obter dinheiro de maneira fácil.
Prova disso é que, nas redes sociais, “grupos de PIX” via WhatsApp estão ganhando força. Dessa maneira, esses grupos podem corresponder a pirâmides ou esquemas parecidos, por isso, usuários da ferramenta devem ter cuidado. Inicialmente, a ideia começou a ser divulgada no TikTok, mas logo chegou às demais redes sociais.
A ideia do golpe aplicado é bem simples. Embora possa haver uma variação entre um grupo e outro, todos seguem o mesmo princípio: uma pessoa cria um grupo no WhatsApp e convida os participantes. Porém, para um novo membro ser adicionado no grupo, é necessário fazer um PIX para o administrador do grupo.
Esquema de pirâmide no PIX
A maioria dos grupos de esquemas de pirâmides requer que novos participantes façam uma transferência via PIX no valor de R$ 1. No entanto, também existem grupos que fixam o valor em R$ 2 e, com menos frequência, em valores superiores. Apesar de a maioria dos valores não ser altos, os administradores acabam enganando um grande número de pessoas.
Após fazer o PIX, o participante entra no grupo como administrador e, a partir daí, pode recrutar outros membros. Em seguida, os novos membros devem fazer um PIX ao participante que enviou o convite, logo, também entram como administradores após a transferência, devem recrutar mais gente na sequência e assim o “ciclo” se repete.
Fica claro que esse esquema simples segue a lógica das pirâmides. Deste modo, uma pessoa paga determinado valor via PIX para entrar e deve indicar uma quantidade de membros para obter o retorno esperado. Portanto, em certo momento, o número de participantes é tão grande que o esquema quebra, deixando boa parte deles com prejuízo.
No WhatsApp, onde o esquema é frequentemente mais aplicado, os membros que atingem a meta de convidados costumam sair do grupo e partem para outros. Mesmo assim, não é difícil o esquema ruir rapidamente, pois o serviço só permite 256 membros em cada grupo. Assim, o grupo é encerrado quando este limite é atingido.
Esquemas de pirâmide são crime
Muitas pessoas acabam participando desses esquemas pelo fato dos valores fixados nos grupos de PIX serem baixos, assim, pensam que não terão um grande prejuízo, caso não obtenham retorno. Entretanto, um dos problemas desse pensamento é que, em esquemas de pirâmides, o número de pessoas que saem perdendo é maior que o de indivíduos que realmente ganham algum valor.
Por conta deste motivo, entre outros, é que no Brasil, esquemas de pirâmides são considerados crimes contra a economia popular (lei º 1.521/51). Sendo assim, o transgressor que iniciar esquemas deste tipo ou participar recrutando novos membros, caso seja pego, pode receber pena de multa e detenção.
Por fim, o Banco Central se manifestou a respeito desses esquemas envolvendo PIX: “Desconfie sempre que uma oferta parecer boa demais para ser verdade, como ganhar muito dinheiro chamando pessoas para transferirem dinheiro sem motivo algum e ganhar uma parte desses valores. Nesse caso, não entre nessa e denuncie o esquema para a autoridade policial, que tem a competência legal para coibir esse tipo de crime.”