Servidores do Banco Central (BC) bateram o martelo e decidiram pela manutenção da greve da categoria. A decisão foi tomada pelos próprios membros do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal). De todo modo, desta vez o anúncio da continuidade da paralisação veio também com o envio de uma contraproposta ao BC nesta semana.
Os servidores da categoria seguem pedindo por dois pontos: o primeiro é uma reestruturação de carreira e o segundo é um reajuste salarial. Eles não abrem mão destes dois pedidos. Como o Governo Federal não cedeu às exigências, eles optaram mais uma vez pela manutenção da greve neste momento.
A nova proposta prevê que o poder executivo pague um reajuste salarial de 13,5% de reposição salarial. A ideia inicial era cobrar um aumento de 27%. No entanto, ainda não é possível saber se o Planalto gostou do plano.
Os servidores disseram que realizarão uma nova reunião na próxima semana para analisar justamente a resposta do Banco Central ao documento da contraproposta. Dessa forma, há a possibilidade de término da paralisação. Seja como for, eles também não descartam mais uma decisão pela continuidade do movimento grevista.
A paralisação teve início oficialmente no dia 1 de abril deste ano. Dessa forma, é possível dizer que estamos caminhando para quase três meses de paralisação. Entretanto, é importante lembrar que neste meio tempo, a greve chegou a ser suspensa por duas semanas durante a negociação do Governo Federal com os servidores.
Segundo o Sinal, os trabalhadores cruzaram os braços novamente no último dia 3 de maio deste ano, e até aqui não saíram mais.
Sinalização aos servidores
No final do ano passado, o presidente Jair Bolsonaro (PL) anunciou que pagaria um reajuste salarial para os servidores da área de segurança. A declaração não foi bem recebida pelos servidores de outras categorias, que também começaram a pedir pelo aumento.
Trabalhadores de alguns setores começaram a realizar protestos, paralisações momentâneas e até mesmo greves. Um dos exemplos mais famosos foi a paralisação dos servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que durou quase dois meses.
Essa greve específica já chegou ao fim há exatamente um mês. No entanto, algumas outras categorias seguem paradas neste momento. É o caso dos servidores do Banco Central e também do Tesouro Nacional.
No caso específico do Banco Central, a greve já prejudica a realização de alguns serviços. O mais conhecido deles é a questão da consulta pública ao dinheiro esquecido. A segunda fase de verificações estava prevista para acontecer a partir do dia 2 de maio, mas até agora não saiu do papel.
Reajuste pode não sair do papel
No início da última semana, o Ministro da Economia, Paulo Guedes, falou sobre o assunto. De acordo com ele, não há possibilidade de pagamento de reajuste para nenhuma categoria neste ano de 2022. No entanto, ele garantiu que o aumento será dado em 2023.
O próprio presidente Jair Bolsonaro confirmou a informação. Há pouco menos de um mês, Paulo Guedes tinha sinalizado que poderia pagar um reajuste de, no máximo, 5% para todos os servidores. No entanto, ele decidiu voltar atrás desta indicação.