Os brasileiros receberam uma grande notícia nesta semana. De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a cesta básica, que inclui produtos como arroz e feijão, por exemplo, ficou mais barata em 13 das 17 capitais pesquisadas em fevereiro de 2023.
Isso quer dizer que boa parte dos consumidores do país que foram aos supermercados no mês passado conseguiu aproveitar preços um pouco menores. Veja abaixo a variação do valor da cesta básica em cada uma das capitais pesquisadas pelo Dieese em fevereiro:
Como visto acima, os quatro únicos avanços vieram do Norte e do Nordeste. Aliás, em janeiro, as capitais que puxaram o valor da cesta básica para cima foram as nordestinas, que lideraram a tabela entre todos os locais pesquisados.
No entanto, na ponta de baixo da tabela, com os maiores recuos do país, ficaram capitais das regiões Sudeste e Centro-Oeste. Esse resultado ficou diferente do observado em janeiro, quando as três capitais da região Sul tiveram as maiores quedas do país.
Após o acréscimo das variações de fevereiro, a cesta básica de São Paulo seguiu como a mais cara do país. Em síntese, os moradores da capital paulista tiveram que desembolsar R$ 779,38 no mês passado para adquirir uma cesta básica na região.
Esse valor correspondeu a 59,9% do salário mínimo vigente no país (R$ 1.302). Em outras palavras, o trabalhador do país que recebia o piso nacional em fevereiro, e morava em São Paulo, gastou mais da metade da sua renda para adquirir uma cesta básica.
Esse cenário acaba obrigando muita gente a reduzir as demais despesas ao pouco que sobrou do salário. E, nesse ponto, muitos itens e serviços importantes se encaixam, como contas de luz e água, aluguel, prestação de casa, carnês de loja, entre outras coisas.
O Dieese não revelou apenas a variação nos preços da cesta básica em fevereiro de 2023. A entidade também estimou qual seria o salário mínimo ideal do Brasil. Para isso, levou em consideração o valor da cesta básica mais cara do país no mês passado, que foi a de São Paulo.
Nesse caso, o piso salarial nacional deveria ter sido de R$ 6.547,58 em fevereiro, valor 5,03 vezes maior que o salário mínimo vigente à época. Em fevereiro de 2022, o mínimo necessário foi de R$ 6.012,18, valor 4,96 vezes superior ao piso que vigorava à época (R$ 1.212).
A pesquisa também mostrou que o tempo médio que um trabalhador necessário para que um trabalhador de São Paulo adquirisse produtos da cesta básica foi de 131 horas e 41 minutos em fevereiro.
Embora a média nacional também tenha ficado bastante elevada no mês passado, não ficou no mesmo patamar que o de São Paulo. Segundo o Dieese, o tempo a ser trabalhado no país para adquirir uma cesta básica em fevereiro doi de 114 horas e 38 minutos.
Em resumo, o valor da cesta básica se refere ao conjunto de alimentos básicos, que são aqueles necessários para as refeições de uma pessoa adulta durante um mês. O cálculo do Dieese considera uma família composta por dois adultos e duas crianças.
Ainda vale destacar que o Dieese levou em consideração os descontos referentes à Previdência Social, de 7,5%. Dessa forma, conseguiu chegar a um valor bastante aproximado do necessário para as pessoas terem uma vida digna no país.
O levantamento se baseou na cesta básica de São Paulo, a mais cara do país, para definir o salário mínimo ideal. Contudo, o Dieese também revelou os valores nas demais capitais pesquisadas. E houve locais com valores bem menores que o de São Paulo.
Confira abaixo o valor da cesta básica em todos os locais pesquisados em fevereiro:
No caso de Aracaju, que teve a cesta básica mais barata do país em fevereiro de 2023, assim como nos últimos meses, o valor dos alimentos básicos comprometeriam 42,5% do salário mínimo, taxa bem menor que a de São Paulo. Aliás, essa não foi a única diferença entre estes locais.
Em resumo, quem mora em Aracaju precisou trabalhar 93 horas e 26 minutos em fevereiro para adquirir uma cesta básica. A saber, em São Paulo, a pessoa precisou trabalhar quase 40 horas a mais para comprar essa mesma cesta básica.
Por fim, caso a cesta básica de Aracaju fosse a mais cara do país, fator utilizado pelo Dieese para determinar o salário mínimo ideal, o necessário para os brasileiros seria de R$ 4.645,51, valor 29% menor que o mínimo ideal quando a cesta de São Paulo foi considerada.