O Ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa (PT), acaba de confirmar que o Governo realmente está trabalhando na criação de um programa de barateamento das passagens de avião: o Voa, Brasil. Trata-se de um projeto apresentado pelo Ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França (PSB). O texto causou polêmica em torno da viabilidade da ideia.
“Sobre este programa específico, nós vamos refiná-lo para em uma oportunidade, conhecendo todos os detalhes e as possibilidades, fazer um anúncio adequado”, disse Rui Costa em entrevista à Globo News. Ele confirmou que o seu Ministério deverá trabalhar para aparar as arestas da sugestão que foi feita por França.
“Esse é um pouco o papel da Casa Civil, que é pegar ideias muito boas e estruturá-las, refiná-las, corrigir pontos. É o que eu estou dizendo, muitas mãos trabalhando e muitos olhares, você passa a enxergar coisas que quem propôs a ideia não enxergou”, disse ele.
Além de falar que o Governo poderá trabalhar neste projeto, Rui Costa disse também que o Planalto deverá focar em outras formas de barateamento da passagem para pessoas que não se encaixam no público-alvo do projeto de Márcio França. Contudo, o Ministro da Casa Civil deixou claro que todos estes pontos ainda estão em fase de discussão.
“Nós estamos refletindo sobre isso. Sobre os formatos de barateamento das passagens. Qual o tipo de intervenção em combustíveis, em operação de aeroportos, tudo o que pudermos fazer para tornar as passagens mais acessíveis”, disse o Ministro.
Um dos pontos de maior polêmica em relação ao projeto de Márcio França é a possibilidade de o Governo pagar um subsídio para as companhias aéreas. Assim como o Ministro de Portos e Aeroportos, Rui Costa também negou esta possibilidade em entrevista.
“Nenhum subsídio. Subsídio direto não haverá de passagem. Estamos buscando eventualmente a possibilidade de reduzir custos das companhias aéreas, que envolvem, por exemplo, tentar uma estratégia de preços de combustíveis, que reduza o impacto para elas (as companhias), mas não subsídio direto”, disse o Ministro.
“Até porque se fizermos isso estaríamos pegando o dinheiro dos mais pobres para financiar as passagens de alguns poucos. Então não faz sentido nenhum você subsidiar estas passagens apenas para alguns, quando nós temos milhares de pessoas que gostariam de fazer essa viagem”, completou o Ministro.
O programa Voa, Brasil foi apresentado por Márcio França há pouco mais de uma semana. Segundo o Ministro de Portos e Aeroportos, a ideia é fazer com que as companhias vendam passagens de assentos ociosos por um valor de R$ 200 para qualquer trecho do Brasil.
Inicialmente, França disse que apenas alguns grupos seriam atendidos pelo projeto social. Seriam eles: servidores públicos de cunho federal, estadual e municipal, além de estudantes com Fies e aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Contudo, o Ministro recuou desta regra e reconheceu que ainda vai precisar discutir o tema com companhias aéreas para que as empresas vendam os assentos ociosos apenas para as pessoas que normalmente não fazem parte do público que costuma viajar de avião.
Todas as grandes companhias aéreas do país afirmam que estão dispostas a conversar sobre o assunto.