Um grande abacaxi para LULA descascar. Nesta semana, o Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, declarou que vai começar a debater uma nova mudança na política de preços da Petrobras. Atualmente, a estatal utiliza o sistema de Preço de Paridade de Importação (PPI), que leva em consideração pontos como o valor do barril do petróleo ao redor do mundo para definir o patamar pago pelo combustível (gasolina, etanol e diesel, por exemplo) no Brasil.
Contudo, o fato é que aparentemente o Ministro de Minas e Energia esqueceu de combinar esta história com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em conversa com jornalistas na manhã no último dia 6 de abril, o petista disse que ficou surpreso com a declaração de Alexandre Silveira, e que a Petrobras não deve discutir agora uma mudança nesta política.
“A política de preços da Petrobras será discutida pelo governo no momento em que o presidente da República convocar o governo para discutir a política de preços”, declarou Lula. “Enquanto o presidente da República não convocar o governo para discutir política de preços, a gente não vai mudar o que está funcionando hoje”.
“Nós vamos mudar, mas com muito critério, porque durante a campanha eu disse que era preciso abrasileirar o preço da gasolina e o preço do óleo diesel. O Brasil não tem por que estar submetido ao PPI (preços de paridade de importação). Mas, esse é um problema que nós vamos discutir no momento certo.”
Jornalistas perguntaram ao presidente se há alguma divergência interna sobre este assunto entre o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates e o Ministro de Minas e Energia. Lula disse que se houver, vai conversar com os dois.
“Se houve divergência entre os dois, ela deixará de existir porque eu vou conversar com os dois, porque o governo não está discutindo isso”.
O que disse Silveira
Ainda no início desta semana, o Ministro Alexandre Silveira disse em entrevista à Globo News que respeita a natureza de independência da Petrobras. Contudo, ele argumentou que a empresa precisa ser atrelada aos interesses da União e que precisaria cumprir aquilo que ele chamou de “função social”.
“A Petrobras tem que trabalhar cumprindo a sua função social. Temos que rapidamente fazer essa discussão (sobre a mudança na política de preços). A Petrobras já está orientada nesse sentido”, afirmou.
Preço dos combustíveis
O Governo Federal vem enfrentando pressão pela redução dos preços dos combustíveis. No último mês de março, o presidente optou por retomar a oneração de parte da gasolina e do etanol, decisão que já está sendo sentida no bolso do trabalhador.
Para piorar o cenário, no início desta semana, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep+) anunciou uma redução drástica na produção dos barris de petróleo, o que pode fazer com que o material se torne ainda mais caro, e isso tenha algum efeito nos preços dos combustíveis no Brasil.
O novo Conselho da Petrobras toma posse ainda no final deste mês, e há uma grande expectativa em torno do processo de definição (ou não) de uma nova política de preços para os combustíveis no Brasil.