O Congresso Nacional aprovou nesta terça-feira (21) o projeto de orçamento para o ano de 2022. E entre os pontos que mais chamou atenção no texto está o aumento de salário para os policiais federais. Essa foi uma promessa que o presidente Jair Bolsonaro fez para essa categoria. Mas isso está causando uma certa apreensão agora.
De acordo com informações da jornalista Andréia Sadi, membros do Palácio do Planalto estão temendo a ideia de que outras categorias peçam por esse aumento também. Segundo a jornalista, até mesmo alguns ministros acreditam que Bolsonaro errou ao conceder o aumento de salário apenas para uma parcela dos funcionários.
Vale lembrar, no entanto, que a ideia inicial do presidente Jair Bolsonaro era pagar o reajuste em 2022 para todos os servidores públicos. Quando ele disse isso, o mercado não reagiu nada bem. E pelo que se sabe, ele ouviu do próprio Ministro da Economia, Paulo Guedes, que não havia dinheiro para essa manobra.
Por isso, Bolsonaro decidiu pedir para que o aumento de salário acontecesse apenas para os policiais federais. Neste caso, o Ministério da Economia concordou e enviou a proposta de orçamento para o ano de 2022 com essa proposição. Ela, como dito, já foi devidamente aprovada pelo Congresso Nacional.
De acordo com institutos de pesquisa, profissionais de segurança formaram uma das principais bases de apoio ao então candidato Jair Bolsonaro em 2018. Imagina-se que essa foi uma das razões de sua vitória. Para este ano de 2022, vale lembrar que o Brasil vai ter uma eleição presidencial.
Há também o temor de que esses pagamentos do reajuste acabem trazendo mais um desconforto para os milhões de brasileiros que não estão conseguindo receber nenhuma ajuda do Governo Federal neste momento.
Estima-se que mais de 25 milhões de pessoas que estavam no Auxílio Emergencial sigam sem receber nada neste momento. Eles estão há dois meses sem nenhum tipo de ajuda e não há previsão de retorno desse programa.
Além deles, há também um público que não estava recebendo nem o Auxílio Emergencial e nem o Bolsa Família. Isso significa que são pessoas que estão sem receber nenhum tipo de ajuda há mais tempo. Para eles, não há previsão de vaga no orçamento.
A mesma lógica, aliás, se dá para a questão do vale-gás nacional. O programa em questão vai atender cerca de 5,5 milhões de pessoas. Isso significa algo em torno de 30% do público que já recebe o Auxílio Brasil.
E de acordo com o Governo Federal, a falta de orçamento vai fazer com que os pagamentos deste novo programa se concentram justamente em quem já está no Auxílio Brasil. A tendência, aliás, é que ninguém de fora receba, pelo menos neste primeiro momento.
Portanto enquanto deixa viva a fila de entrada no vale-gás e no Auxílio Brasil, o orçamento aprovado pelo Congresso Nacional prevê aumento no valor destinado ao Fundo eleitoral e também nos pagamentos das polêmicas emendas do relator.