Governo quer aprovar aumento do salário mínimo nesta semana

Governo quer aprovar aumento do salário mínimo nesta semana

Governo já enviou plano de aumento do salário mínimo ao Congresso. Mas deputados ainda não aprovaram o texto

Acabamos de entrar em uma semana decisiva para o futuro do salário mínimo do Brasil. O governo federal espera contar com o apoio do congresso nacional para aprovar nos próximos dias uma série de projetos que deverão facilitar a vida orçamentária do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no próximo ano.

Entre as medidas que estão na mesa do congresso nacional está justamente o plano de orçamento de 2024. O governo federal enviou a proposta que eleva o salário mínimo dos atuais R$ 1.320 para R$ 1.421 a partir do próximo ano. Mas os parlamentares precisam aprovar o texto até o final deste ano.

Qual é a aposta do governo federal?

Na visão do governo federal, será possível aprovar o texto do plano de orçamento na Comissão Mista já nesta terça-feira (12). Na sexta-feira (9), o relator da proposta, Danilo Forte, incluiu um trecho no texto para limitar o bloqueio de gastos a R$ 23 bilhões em 2024, como quer o governo federal.

Do ponto de vista do salário mínimo, nada mudou. A ideia do relator é manter a indicação do executivo de aprovar um aumento do valor dos atuais R$ 1.320 para R$ 1.421 a partir do próximo ano. Estamos falando, portanto, de uma elevação de R$ 101, ou de quase 7,7%.

Trata-se de um aumento real, ou seja, acima da inflação deste ano. Isso significa que, em se aprovando o documento no congresso nacional, os trabalhadores passarão a ter um aumento do poder de compra já que a elevação do valor do seu salário será maior do que o aumento dos preços de produtos e serviços.

Governo quer aprovar aumento do salário mínimo nesta semana
Congresso tem até o final deste ano para aprovar proposta. Imagem: Fábio Rodrigues/ Agência Brasil

O que pode acontecer se não aprovarem o novo salário?

Considerando que o texto seja aprovado dentro do prazo, o governo federal confirmaria a elevação real do salário mínimo.

Mas se o texto não for aprovado dentro do prazo atual, o salário mínimo não seria elevado para o patamar de R$ 1.421, mas de R$ 1.389, que seria o patamar minimamente exigido pela Constituição Federal para ao menos cobrir a inflação do ano anterior.

Em resumo:

  • Sem aprovação: salário é elevado de R$ 1.320 para R$ 1.389;
  • Com aprovação: salário é elevado de R$ 1.320 para R$ 1.421.

Plano Nacional de Valorização do Salário

De uma maneira geral, o Plano Nacional de Valorização começa a valer a partir do próximo ano, e indica que a definição do salário mínimo deverá levar em consideração dois pontos:

  • O resultado da inflação do ano anterior;
  • O Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes.

A regra de valorização do salário mínimo acima da inflação foi suspensa durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Entre os anos de 2019 e 2022, o governo optou por conceder elevações apenas com base na inflação do ano anterior, fazendo apenas com que os trabalhadores não perdessem o poder de compra. Trata-se do menor nível de aumento permitido pela Constituição Federal.

Promessa de Lula

Vale lembrar que estabelecer um aumento real para o salário mínimo foi uma das principais promessas de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições do ano passado.

Em entrevista recente, aliás, ele voltou a falar sobre o assunto. Para o petista, o governo precisa ter a obrigação de aplicar uma elevação sempre acima da inflação, ou seja, com a indicação de aumento real para os trabalhadores.

“Eu acho que a meninada tem que aprender uma profissão. Por conta de uma profissão, eu fui o primeiro de oito filhos da minha mãe a ter uma casa própria, a ter um carro, uma televisão. Porque a gente foge do salario mínimo“, disse.

“Por isso, precisamos aumentar o salário mínimo todo ano. É por isso que a gente não pode [ficar] dando apenas a inflação. A inflação não é aumento, é apenas reposição daquilo que comeu do nosso salário”, completou.

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