Governo prevê rombo fiscal maior este ano
Valor foi atualizado após o impacto de R$ 67,6 bilhões com a prorrogação do auxílio
O Ministério da Economia atualizou a projeção fiscal para este ano. Agora, o governo piorou a estimativa de rombo primário para R$ 866,4 bilhões. O valor representa 12,1% do Produto Interno Bruto (PIB). O valor foi atualizado após o impacto de R$ 67,6 bilhões com a prorrogação do auxílio emergencial de R$ 300 até dezembro de 2020.
No fim de julho, o governo federal havia calculado déficit de R$ 787,4 bilhões, o equivalente a 11% do PIB. As contas também preveem queda de 4,7% na economia em 2020. Waldery Rodrigues, secretário especial da Fazenda, afirma que essa estimativa será revisada em breve pela Secretaria de Política Econômica (SPE). “Nós temos o valor hoje de 4,7% de queda, mas todos os dados que temos indicam que o pior já passou”, disse ele.
Waldery Rodrigues também pontuou que o PIB do segundo trimestre mostrou o aumento da poupança como percentual do PIB. De acordo com ele, o aumento foi efeito do auxílio emergencial de R$ 600. Ainda assim, segundo ele, pode indicar aumento do investimento.
A piora nas contas públicas se deu especialmente pela prorrogação do auxílio. Com as novas parcelas de R$ 300, o programa terá custo por mês de R$ 16,9 bilhões. Com as parcelas de R$ 600, pagas durante as cinco primeiras parcelas, o custo mensal era de R$ 50,8 bilhões. Em contrapartida, o auxílio aumentou a renda dos mais pobres e evitou que a pobreza aumentasse no Brasil durante a pandemia.
Em maio, o Ministério da Economia havia previsto tombo da economia de 4,7% para 2020. A perspectiva foi mantida em julho. Uma nova projeção deve ser divulgada ainda em setembro.