Governo pode revisar alíquota de taxação das operadoras de apostas esportivas? Entenda

Governo pode revisar alíquota de taxação das operadoras de apostas esportivas? Entenda

A taxação das operadoras de apostas esportivas, popularmente conhecidas como “bets”, tem sido um tema relevante e em constante discussão no cenário político e econômico brasileiro.

Governo pode revisar alíquota de taxação das operadoras de apostas esportivas? Entenda

Recentemente, o assessor especial da Secretaria Executiva do Ministério da Fazenda, José Francisco Mansur, trouxe uma nova perspectiva sobre o assunto durante uma audiência na Comissão do Esporte da Câmara dos Deputados. Isso porque ele anunciou que o governo federal está disposto a reavaliar a alíquota de taxação dessas empresas no Brasil.

MP 1182/23: a base da discussão

A base da discussão gira em torno da Medida Provisória (MP) 1182/23, atualmente em tramitação na Câmara dos Deputados. Visto que este texto prevê que as operadoras de apostas esportivas sejam taxadas em 18% sobre o Gross Gaming Revenue (GGR). Visto que esta é a receita obtida com os jogos, descontando os prêmios pagos aos apostadores.

Mansur não divulgou o percentual exato que está sendo debatido com o relator da MP, deputado Adolfo Viana (PSDB-BA). No entanto, ele deixou claro que existe a possibilidade desse número ser reduzido em relação aos 18% originais.

De acordo com Mansur, essa flexibilização do imposto tornaria o mercado mais acessível e atrativo para as operadoras, fomentando, assim, a economia no setor.

Justiça social e arrecadação

Durante a audiência pública, Mansur enfatizou que a tributação das apostas esportivas é uma questão de justiça tributária. Em suma, ele argumentou que esse serviço não é essencial e, portanto, deve contribuir para a arrecadação fiscal, permitindo que o governo possa investir em áreas prioritárias, como saúde e educação.

Além da taxação de 18% sobre o GGR, a MP 1182 também abre espaço para a cobrança de uma outorga, que se assemelha a uma licença de funcionamento. Contudo, o valor referente a essa outorga não foi oficialmente divulgado.

O deputado Maurício do Vôlei (PL-MG), proponente da audiência pública, também expressou seu apoio à taxação das casas de apostas esportivas.

Em resumo, ele ressaltou que a regulamentação é essencial para evitar que essas empresas operem sem qualquer contrapartida para o país. É importante mencionar que parte da arrecadação, cerca de 3%, será destinada ao Ministério do Esporte, o que pode beneficiar a promoção do esporte nacional.

A questão da judicialização

Uma das preocupações levantadas por Mansur durante a audiência foi a possibilidade de judicialização da questão das licenças emitidas pelos estados que permitem às casas de apostas operar em todo o país. O governo teme que a iniciativa dos estados enfraqueça o interesse nas outorgas federais, afetando negativamente a previsão de arrecadação.

Recentemente, a Loteria do Estado do Rio de Janeiro (Loterj) realizou uma licitação para conceder licenças com um custo inferior ao previsto na regulamentação do governo federal, que previa uma taxação de 5% sobre o GGR e uma outorga de R$ 5 milhões.

Mansur deixou claro que é fundamental que os estados respeitem os limites geográficos e que o governo federal está preparado para tomar medidas legais para garantir isso.

Governo pode revisar alíquota de taxação das operadoras de apostas esportivas? Entenda
Governo pode revisar alíquota de taxação das operadoras de apostas esportivas? Imagem: Canva

Projeto de Lei 3626/23: fortalecendo a regulamentação

Além da MP 1182, o governo também encaminhou o Projeto de Lei 3626/23. Esse projeto tem como objetivo regulamentar o processo administrativo relacionado a irregularidades e fraudes ligadas às empresas do mercado de apostas esportivas, as chamadas “bets”.

Desse modo, ambos os textos fazem parte do esforço contínuo para regulamentar a chamada “aposta de quota fixa”, uma modalidade lotérica criada em 2018 pela Lei 13.756. Em resumo, a revisão da alíquota de taxação das operadoras de apostas esportivas é uma questão complexa e em constante evolução no Brasil.

Contudo, o governo está aberto ao diálogo e disposto a ajustar os números para tornar o mercado mais atrativo e garantir uma justa contribuição para a arrecadação do país, segundo informações da Agência Câmara de Notícias.

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