O Ministério da Fazenda manteve estáveis suas projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2024. O governo federal acredita que a atividade do país deverá crescer no mesmo patamar que o projetado em maio.
De acordo com a pasta, o Brasil deverá registrar um crescimento de 2,5% do PIB em 2024. As novas projeções do governo foram divulgadas nesta quinta-feira (18) e mostram que o otimismo com o desempenho da atividade econômica do país segue elevado.
Crescimento deve ser menor que o de 2023
A saber, o PIB brasileiro cresceu 2,9% em 2023, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O avanço ocorreu, principalmente, por causa do forte desempenho da agropecuária, que cresceu 15,1% em relação ao ano anterior.
Para 2024, não há expectativa que o setor tenha uma alta tão expressiva assim. Entretanto, vale destacar que os demais setores econômicos deverão ter um avanço firme, com as taxas ficando mais semelhantes entre eles.
A propósito, o setor de serviços cresceu 2,4% em 2023, puxando o desempenho do PIB brasileiro para perto desta taxa. Em síntese, o setor de serviços responde por cerca de 70% do PIB brasileiro. Logo, o seu desempenho afeta diretamente a atividade do país, tendo o poder de impulsioná-la ou enfraquecê-la.
O PIB corresponde à soma de todos os bens e serviços do país. Nesse caso, não é levado em consideração, por exemplo, a nacionalidade de quem fez tal bem ou serviço. O principal objetivo desse indicador é medir o comportamento da economia.
Estimativas superam projeções do mercado financeiro
Na última segunda-feira (15), o Banco Central divulgou as novas projeções de analistas do mercado financeiro em relação aos principais indicadores econômicos do Brasil. A publicação, chamada de relatório Focus, é divulgada semanalmente, trazendo atualizações das estimativas do mercado.
Nesta nova publicação, os analistas elevaram suas projeções para o Produto Interno Bruto brasileiro em 2024. Em suma, a economia brasileira deverá crescer 2,11% em 2024, taxa levemente maior que a da semana passada (2,10%).
Apesar da recente alta, as estimativas dos analistas para o desempenho do PIB ainda são mais modestas que as projeções do governo federal. Entretanto, como as atualizações são semanais, os dados podem continuar apresentando alterações nas próximas atualizações da publicação, aproximando ambas as taxas.
Projeções do governo para o PIB em 2025
Para 2025, as projeções para o avanço do PIB recuaram. Em resumo, o Ministério da Fazenda estima que a economia cresça 2,6% em relação a 2024, taxa inferior ao último prognóstico, que sinalizava uma alta de 2,8%.
Essa perda de força deve acontecer devido à manutenção da taxa de crescimento em 2024. Isso porque os desafios para o ano que vem continuam muito altos. Em suma, a inflação está voltando a ganhar força no país e o Banco Central prefere manter a taxa de juros sem alteração, vendo-se impossibilitado de reduzir os juros.
Aliás, o corte dos juros resulta na elevação do poder de compra da população. Contudo, a decisão também pressionaria a taxa inflacionária do país, que segue mais alta do que o esperado pela autarquia.
Inflação deve ficar dentro da meta em 2024
O governo também divulgou as estimativas para a inflação no Brasil em 2024. Em síntese, a Fazenda acredita que o país deverá encerrar este ano com uma taxa inflacionária de 3,9%, dentro da meta central definida para este ano, mas acima da última projeção da pasta (3,7%).
A saber, o Conselho Monetário Nacional (CMN) define uma meta central para a inflação do país todos os anos. Assim, o Banco Central age para cumprir a meta definida, pois a inflação controlada traz diversos benefícios para o país, como:
- Maior tranquilidade para investir no Brasil;
- Maiores chances para o país ter um crescimento econômico sustentável;
- Mais previsibilidade econômica, permitindo um planejamento das indústrias;
- Redução da concentração de renda.
Para 2024, o CMN definiu uma meta central de 3,00% para a inflação no país, podendo variar entre 1,50% e 4,50%. Isso acontece porque a entidade também define um intervalo de 1,5 ponto percentual (p.p.) para a taxa inflacionária, para cima e para baixo.
Neste sentido, caso a inflação deste ano tenha uma variação dentro desse intervalo, entre 1,50% e 4,50%, ela terá sido formalmente cumprida, mesmo que supere a meta central de 3,00%. Como o governo acredita que a inflação ficará em 3,50%, ela será cumprida pelo segundo ano consecutivo.
Por fim, os analistas do mercado financeiro estimam que a inflação do Brasil ficará em 4,00% neste ano, taxa superior às projeções do governo federal.