Governo manifesta intenção em comprar mais 30 milhões de doses da CoronaVac do Instituto Butantan
Um ofício do Ministério da Saúde foi enviado ao Instituto Butantan manifestando o interesse na compra de mais 30 milhões de doses da vacina CoronaVac, desenvolvida pelo laboratório Sinovac Biotech e fabricada pelo Butantan no Brasil. Tais doses se somariam às 100 milhões de doses da CoronaVac já adquiridas pelo governo federal para integrar o Plano Nacional de Imunização contra Covid-19.
No documento enviado ao Butantan, Elcio Franco, secretário-executivo do Ministério da Saúde, pediu um cronograma de entrega das 30 milhões de doses para os meses de outubro e novembro deste ano. O Instituto confirmou a recepção do ofício e disse que está avaliando a demanda.
A compra das 30 milhões de doses adicionais da CoronaVac faz parte do esforço do governo federal na aquisição de doses de imunizantes contra Covid-19. Devido à escassez de vacinas disponíveis no Brasil, mais de cinco capitais anunciaram que devem interromper a campanha de vacinação.
A falta de doses e de diretrizes do Plano Nacional de Imunização contra Covid-19 foi alvo de críticas do Conselho Nacional de Municípios (CNM), que chegou a pedir a saída do ministro da Saúde Eduardo Pazuelo “para o bem dos brasileiros”.
A Frente Nacional de Prefeitos (FNP) também criticou também criticou o Ministério da Saúde e o governo federal por falhas na gestão da pandemia de Covid-19 no Brasil, atribuindo a escassez de vacinas aos “sucessivos equívocos do governo federal na coordenação do enfrentamento à covid-19”.
Butantan atrasa entrega da CoronaVac e culpa governo
Das 100 milhões de doses da CoronaVac compradas pelo governo federal, era prevista a entrega de 9,3 milhões até o final de fevereiro. No entanto, o Instituto Butantan enviou um comunicado ao Ministério da Saúde nesta quinta (18) dizendo que só conseguirá entregar 30% do total acordado, o que corresponde a 2,7 milhões de doses.
Enquanto o Ministério da Saúde culpa o Butantan pelo atraso no cronograma de vacinação contra Covid-19 no Brasil, o Instituto com sede em São Paulo diz que tal atraso é resultado da crise diplomática entre o governo federal e a China.
“O Ministério da Saúde omite e ignora fatos em seu comunicado oficial. Deixa de informar que, como é de conhecimento público, o desgaste diplomático causado pelo governo brasileiro em relação à China provocou atrasos no envio da matéria-prima necessária para a produção da vacina. Além disso, não houve qualquer empenho da União na liberação dos insumos junto ao Governo chinês.”