Governo federal decide prorrogar Desenrola mais uma vez. Veja novas datas
Ministério da Fazenda decidiu prorrogar programa Desenrola mais uma vez. Veja até quando negociações poderão ser feitas
Inicialmente, o plano do governo federal era manter o programa Desenrola ativo até o próximo dia 31 de março. Mas na noite desta quarta-feira (27), o Ministério da Fazenda bateu o martelo e decidiu que vai prorrogar o projeto mais uma vez.
O Desenrola é o programa do governo federal que ajuda no processo de negociação de dívidas para determinados grupos sociais. Dados oficiais indicam que mais de 12,3 milhões de pessoas já foram impactadas pelas negociações. Mais de R$ 38 bilhões já foram negociados neste processo.
Detalhes da prorrogação
A prorrogação do Desenrola deve ser confirmada por meio de uma Medida Provisória (MP), que vai ser publicada na edição desta quarta-feira (28) do Diário Oficial da União (DOU). O documento deve apontar que o programa de negociação de dívidas deve ser mantido até o dia 20 de maio.
O governo federal argumenta que a prorrogação é necessária porque nas últimas semanas a procura pela negociação aumentou. Isso porque o Ministério passou a realizar uma parceria com o Serasa, o que teria facilitado o processo de renegociação de dívidas dentro do sistema do projeto.
Quem pode negociar através do Desenrola
Mas é importante lembrar que nem todo mundo pode negociar suas dívidas dentro do sistema do Desenrola neste momento. Nesta reta final de programa, a ideia é atender apenas as pessoas que se encaixam na chamada Faixa 1. Estamos falando de pessoas que:
- têm renda mensal de até dois salários mínimos;
- que estejam inscritas no Cadúnico;
- que tenham uma dívida de até R$ 20 mil contraídas entre janeiro de 2019 e dezembro de 2022.
Várias dívidas podem ser negociadas nesta última fase. Estamos falando de débitos bancários, como cartão de crédito ou até mesmo empréstimos. Também podem ser negociadas contas em atraso de energia, água e comércio, por exemplo.
Desenrola
A versão original do Desenrola Brasil foi lançada pelo governo federal ainda em 2023. A ideia do programa é ajudar as pessoas endividadas no processo de negociação das suas dívidas, junto aos seus credores. Ao limpar o nome dos cidadãos, o governo espera retomar o potencial de consumo destas pessoas.
Mas afinal de contas, o Desenrola está conseguindo reduzir os números da inadimplência no Brasil? Ainda não existem números de grandes pesquisas que possam indicar uma resposta para esta pergunta. Mas é fato que os primeiros dados já estão sendo divulgados por empresas que medem este humor.
E estes primeiros dados não são bons. Em janeiro, a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) divulgaram em conjunto um novo indicador sobre o assunto. De acordo com o levantamento, a quantidade de brasileiros inadimplentes em dezembro do ano passado cresceu.
Entre o final de 2022 e o final de 2023, houve um crescimento de 3,58% no número de inadimplentes no Brasil. Em dezembro do ano passado, algo em torno de 66,12 milhões de pessoas estavam inadimplentes, ou seja, estamos falando de algo como quatro em cada dez brasileiros (40,35%).
Lula demonstrou preocupação com Desenrola
Quem demonstrou preocupação em relação aos números do Desenrola foi o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em evento recente, o petista elogiou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), mas logo na sequência questionou a falta de procura por parte da população.
“Nós fizemos um programa genial. Se o pessoal que discute Prêmio Nobel de Economia estiver me ouvindo, eles precisam pegar a turma da transição nossa, a turma de transição da minha campanha e a turma do Haddad e dar o prêmio Nobel de Economia porque nada é mais inteligente que o Desenrola”, disse o presidente.
“Mas desses 72 milhões (de endividados), só apareceram 10 milhões de pessoas pra fazer a renegociação. E desses 10 milhões,8,7 milhões (negociaram dívidas) de até R$ 100. Então, companheiro Paulo Câmara (presidente do Banco do Nordeste), cadê os devedores que não apareceram? Fazendo negociação de até 90% de desconto?”, concluiu Lula.