Governo decide prorrogar Desenrola até março de 2024
Decisão de prorrogar o Desenrola até março do próximo ano foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira (12)
O programa Desenrola foi oficialmente prorrogado até março do próximo ano. A decisão, que já havia sido anunciada pelo Ministério da Fazenda, foi confirmada na manhã desta terça-feira (12), em publicação no Diário Oficial da União (DOU). A medida foi assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Segundo a publicação, o Desenrola, que chegaria ao fim no final do ano de 2023, agora deve seguir pelo menos até o dia 31 de março de 2024. Assim, cidadãos que estão em situação de inadimplência terão um tempo maior para renegociar as suas dívidas junto aos credores.
Outro ponto que também ficou definido na publicação de hoje, é a alteração nas regras de acesso ao Desenrola. Até aqui, para realizar uma negociação, o cidadão precisava ter uma conta nível prata ou ouro no sistema gov.br. A partir de agora, a lógica é a seguinte:
- contas de nível ouro ou prata podem fazer a renegociação para pagamento à vista ou parcelado;
- contas de nível bronze podem acessar a plataforma de renegociação apenas para o pagamento da dívida à vista.
“A gente pretende, na próxima semana, enviar uma medida provisória para o Congresso eliminando esse requisito. A gente não acha que esse é o ponto que é o maior empecilho para as negociações ocorrerem no ritmo ótimo, mas é um ponto que pode causar algum entrave para algumas pessoas, então a gente quer abrir mão desse requisito”, explicou o secretário de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, Marcos Barbosa Pinto
Desenrola
Lançado este ano, o Desenrola foi uma das principais promessas de campanha do presidente Lula nas eleições do ano passado. Entre outros pontos, o programa permite a renegociação de dívidas de até R$ 5 mil, que podem ser pagas à vista, ou em até 60 parcelas, com juros de até 1,99% ao mês.
Pessoas que estão em situação de inadimplência por conta de dívidas de algo entre R$ 5 mil e R$ 20 mil também podem participar do programa, mas neste caso os acordos para os pagamentos devem ser feitos diretamente nas instituições financeiras.
Números do programa em 2023
O Ministério da Fazenda também confirmou recentemente que o programa de negociação de dívidas já somou R$ 2,9 bilhões em créditos negociados. Mais de 10 milhões de pessoas foram beneficiadas e conseguiram limpar os seus nomes.
“A população está interessada em renegociar suas dívidas. A gente ainda tem uma grande oportunidade pela frente. O número de pessoas que ainda não visitaram plataforma, e tem benefícios lá, ainda é muito grande”, disse o secretário Marcos Pinto.
Abaixo, você pode conferir uma espécie de raio-x dos dados que foram divulgados pelo Ministério da Fazenda:
FASE 1 (dívidas de até R$ 100 com bancos)
- 7 milhões de pessoas atendidas (dívidas até R$ 100);
- 2,7 milhões de pessoas atendidas (outras dívidas).
FASE 2 (dívidas bancárias e não bancárias — como contas de luz, água, varejo, educação, entre outros, por meio de plataformas)
- 1 milhão de pessoas atendidas
- R$ 5 bilhões em dívidas renegociadas
DADOS GERAIS DO DESENROLA
- Ticket médio de renegociação do Desenrola: À vista R$ 248 / Parcelado R$ 791;
- Média dos descontos: À vista 90% / Parcelado 85%;
- Média dos juros: Parcelado 1,8%;
- Média de quantidade de parcelas: 11 parcelas;
- Percentual de pagamentos (à vista): 75% Pix / 25% Boleto;
- Percentual de pagamentos (parcelado): 91% Boleto / 9% Débito Automático;
- Média de tempo para concluir a renegociação: 4 min 08s.
Ranking dos setores com mais renegociações
- Serviços financeiros (R$ 3.3 bi)
- Securitizadoras (R$ 513 mi)
- Conta de luz (R$ 143 mi)
- Comércio (R$ 213 mi)
- Construtoras / Locadora de Veículos / Cooperativas (R$ 43 mi)
- Educação (R$ 53 mi)
- Conta de telefone (R$ 28 mi)
- Conta de água (R$ 8 mi)
- Empresa de Pequeno Porte/Microempresa (R$ 4 mi).
“O desempenho sinaliza a confiança e aceitação da plataforma Desenrola por parte dos usuários, que encontram nela uma solução eficaz para a gestão financeira. Além disso, esses resultados refletem o potencial do programa de oferecer caminhos viáveis e sustentáveis para que a população brasileira volte a ter crédito”, diz o governo federal.