O Governo Federal decidiu cancelar o Auxílio Emergencial no início deste ano porque acreditava que a pandemia do novo coronavírus iria acabar. No entanto, as pessoas que tomaram essa decisão não perguntaram a opinião do Ministério da Saúde sobre o tema. Quem está dizendo isso é o Senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP).
De acordo com o parlamentar, a CPI da Covid-19 enviou um ofício para o Ministério da Economia. Nesse documento eles perguntam o porquê de membros da pasta terem falado publicamente ainda em 2020 que as chances de uma segunda onda da pandemia no Brasil seriam baixíssimas neste ano de 2021.
Na resposta para esse requerimento, o Ministério enviou uma série de documentações. De acordo com Randolfe, os próprios membros da pasta disseram que não entraram em contato com membros da Saúde antes do cancelamento do programa. Segundo o senador, isso seria uma prova de que o Governo cancelou o Auxílio sem uma análise técnica.
“O governo imaginava que do dia 31 de dezembro para o dia 1º de janeiro o vírus iria embora”, disse o senador. Ele disse ainda que essa resposta do Ministério explica “por que o governo não planejou a continuidade do auxílio emergencial na virada do ano” e completou dizendo que esse seria um dos “documentos mais graves da CPI”.
No ano passado, o Ministro da Economia, Paulo Guedes, deu várias entrevistas afirmando que o país iria voltar ao normal nesse começo de 2021. E por isso, o plano seria colocar as pessoas para trabalhar. Assim, ainda na visão do chefe da pasta, elas não precisariam mais voltar a receber esse benefício do Governo Federal.
Auxílio Emergencial
O Auxílio Emergencial começou a fazer pagamentos ainda no começo da pandemia no ano passado. Os valores eram de R$ 600, podendo chegar em R$ 1200 em alguns casos. Em setembro de 2020, os montantes caíram para R$ 300.
No último dia do ano passado, o Governo decidiu cancelar os pagamentos do programa. Eles alegavam, entre outras coisas, que não poderiam pagar mais porque o período de calamidade pública chegava ao fim justamente naquele dia 31 de dezembro.
Com isso, os pagamentos do benefício acabaram e muita gente ficou sem nenhuma espécie de ajuda do Governo Federal entre os meses de janeiro e março deste ano. Pelo menos é o que dizem os dados oficiais do próprio Ministério da Cidadania.
Ministério da Economia
Até a publicação desta matéria, a pasta econômica não tinha se manifestado sobre essas declarações de Randolfe. O fato mesmo é que o Governo retomou os pagamentos do Auxílio Emergencial ainda em abril deste ano.
Os valores são notadamente menores do que aqueles que se viram no passado. Agora o montante maior não passa dos R$ 375, e vai apenas para as mães que são chefes de família. A maioria dos informais está recebendo o valor menor, que é o de R$ 150.
Na última semana, o Governo Federal anunciou a prorrogação do benefício por mais três meses, justamente por causa da pandemia do novo coronavírus. Agora, o projeto não vai mais acabar em julho, e sim no próximo mês de outubro. Guedes, aliás, não descarta uma nova prorrogação.