A gasolina voltou a ficar mais cara no Brasil, para tristeza dos motoristas. Após quatro semanas de queda, os preços do combustível fóssil voltaram a subir nos postos do país, pesando um pouco mais no bolso dos consumidores.
De acordo com dados do levantamento da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a gasolina ficou 4,03% mais cara nas bombas do país na semana passada, em comparação à semana anterior.
Esse avanço correspondeu a 21 centavos e fez o preço médio da gasolina subir de R$ 5,21 para R$ 5,42. Embora a alta possa parecer pequena, já que foi apenas de centavos, o impacto na renda das famílias tende a ser elevado, uma vez que os motoristas abastecem os tanques com mais de um litro de combustível e várias vezes no mês, a depender do uso do automóvel.
Mudança na cobrança do ICMS encarece gasolina
A elevação no preço da gasolina já era esperada pelos motoristas. Em síntese, isso aconteceu devido à mudança aprovada pelo Ministério da Fazenda em relação ao ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) que incide sobre os combustíveis.
Até o dia 31 de maio, os estados brasileiros determinavam qual seria a alíquota do tributo que iria incidir sobre a gasolina. No entanto, desde o dia 1º de junho, o imposto passou a cobrar uma taxa única, que não é mais em percentual, mas agora é em real. A saber, o ICMS sobre a gasolina passou a corresponder a R$ 1,22 por litro do combustível.
Essa mudança na cobrança do ICMS foi muito ruim para os consumidores, pois o preço dos combustíveis ficou mais alto nas bombas da maioria dos estados brasileiros. Aliás, a expectativa era que o preço da gasolina iria cair em apenas três estados: Alagoas, Amazonas e Piauí, pois estes locais cobravam uma alíquota de ICMS acima de R$ 1,22 por litro.
Em outras palavras, a unificação do tributo em todo o país iria reduzir o valor cobrado nestes três estados. Contudo, nas 24 unidades federativas (UFs )restantes iria acontece o contrário, com o preço da gasolina subindo, pois estes locais cobravam uma alíquota de ICMS menor que o preço nacional, de R$ 1,22 por litro.
De todo modo, os valores coletados pela ANP mostraram que os preços da gasolina realmente caíram em Alagoas (-0,91%), Amazonas (-0,33%) e Piauí (-0,56%). Esses recuos corresponderam a cinco, dois e três centavos, respectivamente.
Além disso, o valor também caiu no Ceará (-0,37% ou dois centavos) e se manteve estável em Roraima (0,0%). Isso quer dizer que a mudança na cobrança do ICMS não encareceu a gasolina nestes cinco estados, para alívio dos motoristas. Entretanto, nas demais UFs, o valor subiu.
Veja os estados com as maiores altas na semana
Segundo a ANP, a gasolina ficou mais cara em 22 UFs na semana passada. Embora a alta média nacional tenha sido de 21 centavos, vários locais registraram avanços bem mais expressivos que esse avanço.
Confira abaixo os estados cujos preços mais subiram na semana passada:
- Pernambuco: 48 centavos;
- Sergipe: 47 centavos;
- Rio Grande do Sul: 37 centavos;
- Amapá: 32 centavos;
- Espírito Santo: 31 centavos.
Vale destacar que as estimativas de analistas apontavam para altas bem menores neste locais. Em suma, as altas deveriam ter sido as seguintes neste estados: Pernambuco (25 centavos), Sergipe (17 centavos), Rio Grande do Sul (29 centavos), Amapá (26 centavos) e Espírito Santo (25 centavos).
Isso mostra que os estabelecimentos elevaram o preço da gasolina bem acima da expectativa em vários estados. Os repasses de alta nos preços costumam acontecer quase que de maneira imediata no país.
Por outro lado, quando há alguma redução nos preços dos combustíveis, os estabelecimentos repassam os reajustes ao longo de várias semanas, pois as quedas sempre demoram mais tempo para chegar ao consumidor final.
Gasolina mais cara do país
Com o acréscimo das variações na semana passada, o preço da gasolina subiu na maioria dos país. Aliás, o preço da gasolina chegou a superar os R$ 6,00 em um estado brasileiro, que comercializou a gasolina mais cara do país.
Veja os locais que tiveram os valores médios mais altos da gasolina:
- Acre: R$ 6,08;
- Amazonas: R$ 6,00;
- Rondônia: R$ 5,97;
- Roraima: R$ 5,79;
- Rio Grande do Norte: R$ 5,64;
- Tocantins: R$ 5,60;
- Espírito Santo: R$ 5,59.
Em síntese, os estados da região Norte tiveram os maiores preços do país. Inclusive, foi o Norte que teve o maior valor médio do país (R$ 5,64), seguido por Sul (R$ 5,52), Nordeste (R$ 5,40), Centro-Oeste (R$ 5,37) e Sudeste (R$ 5,33).