De acordo com informações divulgadas na manhã desta segunda-feira (8) pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), na última semana, o preço médio do litro da gasolina comum subiu pela nona semana consecutiva. Em algumas cidades o valor máximo chega a quase R$ 8,00.
Entretanto, o valor médio do litro da gasolina varia muito entre os estados brasileiros, sendo o Rio de Janeiro e o Rio Grande do Sul os que têm a gasolina comum mais cara do país, com valor máximo de R$ 7,99 em algumas cidades, como é o caso da gaúcha Bagé, por exemplo.
O valor médio do combustível no Brasil está em R$ 6,75, uma alta de 0,64% em relação à semana anterior, quando chegou a bater a casa dos R$ 6,71. No quesito valor máximo do litro, a gasolina aditivada foi o único combustível que teve um aumento em relação à semana anterior. O maior valor praticado do combustível passou de R$ 8,39 para R$8,49.
A explicação que a própria Petrobras deu para o aumento dos preços dos combustíveis está em vários fatores, mas, principalmente, no valor do petróleo e no câmbio. “ Os ajustes refletem também parte da elevação nos patamares internacionais de preços de petróleo, impactados pela oferta limitada frente ao crescimento da demanda mundial, e da taxa de câmbio”, afirma a empresa.
Para o governo, uma possível solução para os preços alarmantes dos combustíveis seria a privatização da Petrobras. Sobre isso, Bolsonaro confirmou que tem conversado com o ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre o futuro da empresa energética e a opção de privatização, hipótese que ele admitiu ser “complicada.”
Ainda sobre a privatização da empresa, Bolsonaro afirmou que o processo “não é só botar na prateleira” e alfinetou a “burocracia” envolvendo a aprovação da privatização completa de estatais, afirmando que teria “privatizado muito mais” se não fosse necessária a aprovação da Câmara dos Deputados.
Além disso, Jair Bolsonaro voltou a criticar o cálculo do ICMS e o “beneficiamento” dos estados com o aumento do combustível. “A forma de calcular o ICMS é injusta. O ganho de governadores, toda vez que há reajuste no combustível, é muito grande”, afirmou.
O Presidente disse que, como alternativa, segue negociando com o Congresso para fazer com que cada um dos 26 Estados brasileiros fixem um valor nominal para o ICMS, imposto incidente sobre o produto.
“A gente busca na Câmara um PL para que o ICMS tenha um valor nominal, não percentual, fixo para todo o Brasil. Como as negociações não avançaram, pedimos que o Congresso faça com que cada Estado fixe nominalmente o valor de seu ICMS. Assim cada Estado teria, como tem atualmente, a liberdade de fixar um percentual”, completou.
Bolsonaro tem procurado formas de agradar os caminhoneiros, categoria que o ajudou a se eleger em 2018 e que exerce constante pressão sobre o governo. O Presidente já havia prometido, em julho, reduzir os impostos sobre os combustíveis, especialmente o diesel, que é o mais utilizado em caminhões, o que não aconteceu.
Pelo contrário, assim como a gasolina, o diesel comum sofreu um aumento consecutivo nas últimas semanas e já registra um preço médio de R$ 5,356. Já o etanol subiu pela quarta vez e registrou R$ 5,394.