O gás de cozinha poderá ser de R$150 a R$ 200 reais em 2021, segundo informou o presidente da Associação Brasileira dos Revendedores de Gás Liquefeito do Petróleo (Asmirg), Alexandre Borjaili.
Na entrevista, ele criticou o constante aumento do preço do Gás Liquefeito do Petróleo (GLP), conhecido como gás de cozinha e vendido para as distribuidoras pela Petrobras. Em menos de 15 dias deste ano, a Petrobras já aumentos o preço do GLP. Já o reajuste anterior a este aconteceu no inicio de dezembro.
“Se persistirem esses aumentos consecutivos, sem limites, a previsão é de que o gás de cozinha chegue logo a R$ 150. Vai ser um pulo. Já para chegar a R$ 200 depende dessa política de preços”, estima.
Por enquanto, o brasileiro deve preparar o bolso para pagar, em média, R$75,04 por um botijão de 13 kl. É o que aponta os dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) atualizados no dia 11 de janeiro. Nos preços mais altos, o custo do botijão de 13 kl pode chegar a R$ 105.
Aumentos constantes do gás de cozinha
O GLP acumulou alta de 21,9% ou R$ 6,08 por botijão em 2020. Isso contando apenas com o preço repassado as distribuidoras pela Petrobras. Ou seja, a alta para o consumidor final pode ter sido ainda maior.
A Petrobras revende para as distribuidoras, que compram e repassam o valor, junto com a porcentagem, dos seus lucros, para o consumidor final.
Atualmente, o GLP é vendido pela petroleira estatal a distribuidoras, com um botijão de 13 kg por R$ 35,98. Antes do reajuste, o valor era de R$ 33,89 por 13 kg. Ou seja, o gás subiu R$2 com a nova mudança da estatal. O valor médio pago pelo consumidor final é mais que o dobro: R$75.
“Os ministros de Minas e Energia e da Economia prometeram publicamente que o preço do gás iria cair até 40% ou 50%, mas, desde então, o valor só sobe – e não há qualquer previsão de redução”, lembra Borjaili.
“Pelo contrário, o que temos são aumentos consecutivos. A Petrobras não passa um mês sem aumentar ao menos 5% do combustível [vendido às refinarias] e, alinhado a isso, tem o aumento dos estados via ICMS”, completa.
Para Borjaili a situação é um desrespeito à população mais vulnerável. “Nós vendemos em média 35 milhões de botijões de gás todo mês. O país tem 15 milhões das famílias no Bolsa Família que vivem com uma renda per capita de até R$ 87. Então, nem gás podem comprar”, diz Borjaili. “Não é a classe A que precisa do gás de cozinha. Quem precisa é quem tem que fazer arroz, feijão, mingau todos os dias”, finaliza.