Nem toda fome é homeostática, ou seja, uma reação do organismo, que ao sentir a falta de nutrientes emite sinais de que está na hora de suprir as demandas energéticas e fisiológicas do corpo, afinal, muitas vezes o apetite é apenas um recurso usado pelo cérebro para garantir o “efeito recompensa”, devido ao prazer de saborear determinada refeição.
Esta condição é denominada como fome hedônica, que nada mais é do que comer por puro prazer.
Ao assistir um programa de culinária e ver o apresentador saboreando belos pratos ou mesmo ao abrir a geladeira e se deparar com aquela sobremesa preferida, mesmo tendo se alimentado bem no almoço, enfim, esses são alguns dos gatilhos da fome hedônica, que apesar de ser bem comum, quando descontrolada pode resultar em danos para a saúde.
Efeitos do apetite hedônico
Apesar de propiciar alguns minutos de prazer, as consequências do apetite hedônico geralmente não são tão boas assim. Isso porque determinados alimentos, como os doces, por exemplo, são grandes estímulos para desencadear a compulsão.
Ricos em açúcar e gordura, estes tipos de alimentos palatáveis acabam ativando uma região do cérebro, denominada popularmente como compensa, que aumenta a vontade de comer, mesmo sem a necessidade metabólica de energia. Dai que surgem as compulsões alimentares e o fracasso nas dietas.
Entre os sinais da compulsão, é importante ficar alerta quando:
- Não consegue parar de comer, mesmo estando saciado;
- Confundir fome com sede;
- Ter uma alimentação confusa e desequilibrada.
Segundo especialistas em nutrição, a fome hedônica não pode se tornar um mecanismo para controlar as escolhas alimentares, pois além da compulsão, outros distúrbios podem ser acarretados.
Doenças de ordem fisiológica são bem recorrentes, diante da alimentação descontrolada, entre elas, a obesidade, aumento do colesterol, hipertensão, aterosclerose e diabetes.
O que fazer para controlar o apetite hedônico?
Buscar um novo comportamento alimentar, sem dúvidas, é a estratégia para controlar o apetite hedônico.
Para isso, cozinhar os próprios alimentos e se integrar a preparação intuitiva, atendendo e priorizando as necessidades do próprio organismo pode ser um bom caminho para este autocontrole.
Além disso, outra tática é buscar na alimentação flexível, um novo jeito de não abrir mão do que dá prazer, ao mesmo tempo em que investe na qualidade nutricional do que é ingerido.
O essencial é fugir das restrições, elas podem desencadear um resultado contrário do esperado, estimulando ainda mais a compulsão e os efeitos de recompensa da fome hedônica.
Diante disto, vale a pena apostar no equilíbrio e reconhecer que o autocontrole pode fazer toda a diferença na saúde física e mental de cada indivíduo. E se mesmo assim, a condição não for controlada, nada melhor do que buscar auxílio psicológico e nutricional.
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