De acordo com uma pesquisa da B3, as vendas de veículos por financiamentos cresceram 88% em todo o país durante o mês de maio. O crescimento de mais de 80% se dá em comparação ao mesmo período do ano passado, em que grande parte do país estava completamente parada, em decorrência da pandemia de Covid-19.
Em relação aos números que os dados representam, foram comercializadas 504 mil unidades através de financiamentos. Dentre elas estão automóveis leves, motos, automóveis pesados, de modelos novos e usados. No mesmo período do ano passado foram comercializadas apenas 268 mil unidades dos veículos.
Segundo a Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto), os carros com quatro a oito anos de uso são os mais procurados pelos compradores. Deste modo, os modelos mais buscados são os populares, como o Gol, da Volkswagen, e o Uno e o Palio, da Fiat.
Ademais, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), projeta uma perda de 3% a 5% na produção global de veículos, o que pode prejudicar no número total de financiamentos do ano. A baixa na produção é devido à falta mundial de chips semicondutores utilizados em várias partes do carro, como o motor e o freio.
Produção paralisada
Apesar do aumento do número de financiamentos, as montadoras de veículos do país atingiram uma espécie de teto de produção nos primeiros cinco meses deste ano. Assim, o teto mostra-se bem abaixo de sua capacidade e do desempenho apresentado antes da chegada da pandemia, em meio a problemas que incluem a crise global na oferta de chips.
A crise na oferta de chips semicondutores tem feito a indústria de veículos global trabalhar com a perspectiva de amargar uma perda de produção de 3% a 5% no número de unidades montadas este ano. Os chips são essenciais, pois são usados em veículos em sistemas que vão dos freios, passando pelo motor e até em entretenimento e comunicação.
“Chegamos a um platô ao redor de 200 mil veículos (por mês) nos primeiros cinco meses por conta da restrição na oferta de componentes, em especial de semicondutores”, disse o presidente da associação brasileira de montadoras de veículos, Anfavea, Luiz Carlos Moraes, a jornalistas.
Embora a produção de veículos tenha subido 55,6% nos primeiros cinco meses do ano em relação ao mesmo período de 2020, a capacidade do setor é de cerca de 5 milhões de unidades por ano. Porém, as vendas estão em alta, com o crescimento no número de financiamentos de automóveis.
Incertezas prejudicam o financiamento de veículos
Luiz Carlos Moraes afirmou que as projeções são diante de uma série de incertezas que vão muito além da própria crise de oferta de semicondutores. Nesse contexto, são pontos que incluem o quadro macro da economia, o lento processo de vacinação e os riscos de crise de energia por causa do baixo nível de reservatórios de hidrelétricas. O que pode afetar também o número de financiamentos total do ano.
Ele, porém, afirmou que as estimativas para produção de caminhões, cujas vendas também dispararam através de financiamentos, poderão ser revistas para cima no próximo mês. No início do ano, a Anfavea divulgou que esperava um crescimento de 25% na produção de veículos e alta de 15% no número de vendas.