Fim do auxílio 2020 e restrições do comércio devem afetar desempenho dos supermercados

Nesta quarta-feira (14), a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) publicou dados comparando as vendas do setor nos três primeiros meses de 2021 quando comparados aos mesmos meses do ano passado. Entre janeiro e março de 2021, os brasileiros não tiveram pagamento de auxílio emergencial, afetando o setor. O programa emergencial iniciou sua nova rodada apenas em abril, e para número restrito de beneficiários.

De acordo com os dados divulgados pela associação, as vendas de supermercado em fevereiro deste ano foi 5,18% acima do que o mesmo mês do ano passado. Mas a alta no primeiro mês do ano foi maior, de 12% quando comparado a janeiro de 2020. Por causa da pandemia do novo coronavírus, o Brasil não comemorou Carnaval este ano. A data comemorativa geralmente tinha efeito no desempenho dos supermercados e, sem ela, o saldo sofreu mudança.

Na coletiva de imprensa, a associação também afirmou que o auxílio emergencial em 2020 foi responsável por manter a alta nas vendas dos meses de supermercados em até dois dígitos. Agora, em 2021, o auxílio emergencial será de menor valor, com parcelas de R$ 150, R$ 250 ou R$ 375, dependendo do perfil do beneficiário.

Com o auxílio em menor valor e sendo pago para um número menor de beneficiários, a taxa de crescimento nas vendas de supermercados também deve se manter menor. Ao redor do Brasil, há lojas que limitam o acesso ao seu interior como medida de controle do contágio da Covid-19. E, segundo a associação, quando o consumidor faz compras no supermercado online, acaba comprando em menor quantidade.

O primeiro bimestre de 2021 quando comparado ao mesmo período de 2020 teve aumento de 7,57% nas vendas. A porcentagem é menor do que os 9,36% acumulados no ano passado. A Abras previu a alta de 4,5% em 2021 quando comparado ao ano passado, já levando em conta o IPCA. Essa porcentagem pode ser corrigida no segundo semestre de 2021, como acontece habitualmente, para deixá-la de acordo com os índices atualizados do período. Comparado a janeiro, os supermercados tiveram diminuição de 6,75% nas vendas em fevereiro.

A Abras divulgou ainda que a inflação dos alimentos diminuiu e isso pode ser uma tendência para o futuro. A cesta Abrasmercado leva em conta o preço de 35 produtos muito consumidos pelos brasileiros, como arroz e feijão. Esse grupo teve diminuição de 0,47% no preço entre janeiro e fevereiro deste ano. Entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021, eles tiveram alta de 0,22%.

A Abras divulgou ainda que as vendas de supermercados em plataformas online também cresceram três vezes este ano, mas sem maiores detalhes.

Vale lembrar que todos os dados divulgados pela Abras não levam em conta o auxílio emergencial 2021. A nova rodada começou a ser paga no início do abril e a primeira parcela continua sendo paga até o dia 30 deste mês. Recebem o pagamento tanto os beneficiários que se cadastraram pelo site e aplicativo quanto os beneficiários do Bolsa Família. Neste segundo caso, os dois programas não são cumulativos e o trabalhador recebe apenas o de maior valor.

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