Na última terça-feira (28), o Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) anunciou a aprovação de um orçamento no valor de R$ 117,65 bilhões destinado a políticas públicas de habitação (Minha Casa, Minha Vida), saneamento básico e infraestrutura urbana para o próximo ano. Esta decisão visa fortalecer investimentos essenciais para o desenvolvimento social e urbano do país.
O montante aprovado será mantido nos anos seguintes, abrangendo os exercícios de 2025, 2026 e 2027. Dessa quantia, R$ 105 bilhões serão alocados para iniciativas voltadas à habitação, enquanto R$ 6 bilhões serão direcionados para o setor de saneamento básico e mais R$ 6 bilhões para projetos de infraestrutura urbana.
Além disso, a quantia de R$ 97,15 bilhões será especificamente destinada à habitação popular. O Ministério do Trabalho e Emprego salientou que, de acordo com as projeções, a meta para o ano de 2024 é a contratação de aproximadamente 339 mil moradias por meio do programa Minha Casa, Minha Vida.
Minha Casa, Minha Vida 2024
Dentro do orçamento destinado ao programa habitacional Minha Casa, Minha Vida em 2024, um montante de R$ 9,95 bilhões será concedido como subsídio a fundo perdido, beneficiando famílias com renda mensal de até R$ 4,4 mil. Essa injeção financeira visa proporcionar descontos nas prestações, tornando a aquisição de moradias mais acessível para uma parcela da população.
Outra frente de investimento anunciada nos últimos dias deve contemplar a linha Pró-Cotista, destinando R$ 8,5 bilhões para facilitar a compra de imóveis por trabalhadores que possuem contas no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Essa iniciativa visa fortalecer o mercado imobiliário e ampliar as opções disponíveis para aqueles que buscam realizar o sonho da casa própria e possuem recursos disponíveis em suas contas do FGTS.
O Minha Casa, Minha Vida é um programa habitacional que busca facilitar o acesso a moradias para a população brasileira. No entanto, além de ser um agente de inclusão social, oferecendo a oportunidade de propriedade para famílias de baixa renda, o Minha Casa, Minha Vida impulsiona a demanda por habitação, gerando empregos, movimentando a cadeia produtiva e fomentando o crescimento econômico local e nacional.
Decisão do STF Pode Alterar Correção do FGTS
O orçamento aprovado pode estar sujeito a mudanças, dependendo da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em relação à igualação da forma de correção do dinheiro nas contas dos trabalhadores à prática adotada na poupança. O julgamento sobre esse tema foi momentaneamente suspenso no início do mês devido a um pedido de vista feito pelo ministro Cristiano Zanin.
Atualmente, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) apresenta um rendimento de 3% ao ano, acrescido da Taxa Referencial (TR). Por outro lado, a caderneta de poupança rende o equivalente à TR mais 0,5% ao mês (totalizando 6,17% ao ano) quando a Taxa Selic encontra-se acima de 8,5% ao ano.
A possível equiparação dessas formas de correção traz à tona discussões sobre o impacto nas finanças do FGTS e, consequentemente, no orçamento destinado a políticas públicas. Desse modo, a decisão do STF, quando retomado o julgamento, terá repercussões significativas no cenário econômico, podendo influenciar a vida financeira de milhões de trabalhadores brasileiros.