A recente decisão de reduzir os juros do crédito consignado para aposentados, está levantando preocupações entre os bancos e a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban).
Febraban aponta que juros reduzidos no crédito consignado pode resultar em suspensão de empréstimos
Embora pareça ser uma medida benéfica para os consumidores, a Febraban adverte que a diminuição dos juros pode resultar na suspensão da oferta de empréstimos consignados por parte dos bancos, devido à falta de cobertura dos custos operacionais.
Impacto da redução nos juros do crédito consignado
Segundo a Febraban, a medida reduz os juros para um nível que não é suficiente para cobrir os custos de operação de certos bancos que oferecem essa linha de crédito. Em suma, isso levanta preocupações em relação à viabilidade financeira da manutenção dessa opção de empréstimo.
A entidade bancária afirma que essa iniciativa pode criar distorções significativas nos preços dos produtos financeiros, tendo um efeito contrário ao desejado, ao restringir a oferta de crédito mais acessível.
Decisão do CNPS
Em uma reunião extraordinária, o Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) deliberou pela redução da taxa máxima de juros para empréstimos consignados. Essa decisão resultou na diminuição da taxa de 1,97% para 1,91% ao mês.
O CNPS justificou essa decisão com base na queda da taxa Selic, determinada pelo Banco Central. Desse modo, essa redução tem como objetivo proporcionar aos aposentados acesso a empréstimos mais baratos e aliviar os encargos financeiros.
Reação dos bancos e Febraban
A Febraban expressou descontentamento com a maneira como essa decisão foi tomada. Os bancos, através da entidade, participaram da reunião do CNPS e votaram contra a proposta de redução dos juros.
A Febraban lamenta que a proposta tenha sido apresentada aos bancos apenas um dia antes da reunião do Conselho, sem dar espaço para um diálogo adequado e uma análise completa das implicações. A medida, segundo a Febraban, foi unilateral e carece de uma compreensão aprofundada das suas consequências.
Impacto nos bancos e decisões futuras
A redução dos juros coloca os bancos em uma posição delicada. Com juros mais baixos, eles podem ter dificuldade em cobrir seus custos operacionais. Consequentemente, podem suspender a oferta de empréstimos consignados para aposentados.
A Febraban ressalta que cada instituição financeira terá que avaliar sua estratégia de negócios e decidir se é viável oferecer empréstimos consignados aos beneficiários do INSS dentro do novo teto de juros.
Dados do Banco Central e considerações finais
Segundo informações fornecidas pelo Banco Central, durante o período compreendido entre 28 de julho e 3 de agosto, um total de 36 instituições financeiras estiveram envolvidas na operação de crédito consignado do INSS.
Desse modo, dentre essas, 11 bancos praticaram uma taxa de juros média superior ao novo patamar de 1,91% ao mês. Isso significa que esses bancos precisarão ajustar suas taxas para se adequar à decisão do CNPS.
A Febraban finaliza a nota mencionando que o Ministério da Previdência Social parece estar agindo em desacordo com outras áreas do governo, que estão colaborando com o setor bancário para aprimorar o ambiente de crédito.
Seria mais benéfico se o Ministério da Previdência Social tivesse permitido um debate mais aberto e considerado as implicações econômicas antes de tomar uma medida unilateral que afeta o mercado de crédito e o consumo das famílias.
Um processo que requer planejamento
Contudo, apesar das observações feitas pela Febraban, a notícia da redução de juros do empréstimo consignado foi recebida positivamente pelo consumidor. Ademais, a redução de juros pode ser entendida como uma estratégia econômica para elevar a oferta e equilibrar a demanda, injetando valores na economia.
Já que a flutuação dos preços é parte importante do funcionamento do fluxo da inflação.
Por fim, independentemente da elevação da oferta, é importante que o aposentado faça um planejamento para verificar a viabilidade de contratar um empréstimo.