Estudo indica que auxílio emergencial não diminuiu mobilidade dos beneficiários
O estudo foi feito para comparar as práticas de distanciamento social adotadas por quem recebeu auxílio com quem não recebeu
A Rede de Pesquisa Solidária fez novo estudo sobre o auxílio emergencial de R$ 600. A pesquisa foi feita com 1.654 moradores de Recife, Salvador, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Manaus, Fortaleza, São Paulo e Goiânia. O estudo foi feito para comparar as práticas de distanciamento social adotadas por quem recebeu a Renda Básica Emergencial (RBE) com as de quem cumpre aos requisitos do auxílio, mas não fez cadastro e não o recebe.
A pesquisa levou em conta as práticas adotadas nas duas semanas anteriores às entrevistas. Na média, os cidadãos que cumprem aos requisitos mas não recebem auxílio saíram de casa em 3,43 dias. Já os beneficiários do auxílio emergencial de R$ 600 saíram numa média de 3,51 dias. A conclusão dos pesquisadores é de que não há evidências de que a mobilidade foi menor entre o grupo que recebe o auxílio do governo federal.
O auxílio de R$ 600 está sendo pago desde abril a milhões de brasileiros. O seu valor é equivalente a quase 60% do salário mínimo nacional. Em abril, o auxílio atingiu 48.720.875 brasileiros. Em maio, 5.198.765. Ou seja, um a cada quatro brasileiros recebeu o benefício, que ganhou dois meses de prorrogação no fim de junho, com parcelas novamente de R$ 600.
O estudo avaliou diferentes grupos de brasileiros. Inicialmente, foi observada a mobilidade dos brasileiros elegíveis ao auxílio e que se candidataram em comparação aos elegíveis que não se candidataram. Em seguida, foi avaliado se o auxílio foi capaz de incentivar os beneficiários a ficarem em casa em comparação aos elegíveis que não se candidataram. Por fim, foi analisada a relação entre o benefício e o risco de infecção do novo coronavírus.
A pesquisa foi feita entre os dias 6 e 27 de maio.