Pesquisa americana baseada na perda de aprendizagem durante as férias do meio do ano simula os impactos causados pela paralisação das aulas presenciais na pandemia.
Estimou-se que alunos da educação básica podem perder de 50% a 63% em matemática e de 32% a 37% em leitura, depois de três meses de com aulas remotas.
O estudo foi publicado na revista “Educational Researcher” por conta das medidas de segurança adotadas para frear a disseminação do novo coronavírus.
De acordo com a pesquisadora Megan Kuhfeld a pesquisa considerou “que a maioria dos alunos nos Estados Unidos teve 6 meses e meio de escola ‘regular’ durante o ano letivo de 2019-20 e três meses de escolas fisicamente fechadas, com algum grau de instrução remota sendo fornecida”.
Ainda de acordo com Kuhfeld “Será importante identificar os alunos que estão atrasados nos estudos e fornecer a eles apoios extras, como aulas de reforço”.
“As desigualdades que existiam em nosso sistema educacional antes da Covid estão piorando, ao mesmo tempo que os distritos escolares enfrentam uma enorme escassez de orçamento” revela.
“Precisamos de investimentos adicionais do governo federal para evitar cortes iminentes no orçamento das escolas” diz a pesquisadora.
Contudo, o estudo também revelou que o impacto não será igual para todos os alunos, inclusive em alguns casos pode haver ganho em leitura por conta das aulas online e atividades exercidas em computadores, tablets, etc.
Estudo avalia educação na pandemia no Brasil
No Brasil as aulas foram suspensas no mês de março, e têm retornado gradativamente em algumas regiões, de acordo com com a realidade e situação dos locais.
A realidade quando confrontada com os EUA muda, pois lá o ano letivo começa em meados de agosto e encerra-se na metade do ano seguinte.
A pesquisadora, em entrevista ao portal G1, comentou sobre a aprendizagem dos estudantes brasileiros e afirmou “Se eu tivesse que adivinhar, diria que a interrupção no aprendizado no início ou no meio do ano letivo poderia ter mais impacto do que o que aconteceu nos Estados Unidos nesta primavera, quando os últimos três meses do ano letivo foram afetados”.
Cronograma brasileiro pós-pandemia
O CNE – Conselho Nacional de Educação pretende unir os anos letivos de 2020 e 2021 buscando diminuir os impactos no aprendizado dos estudantes.
Contudo, tal medida precisa ser homologada pelo MEC – Ministério da Educação. O conselho também recomenda que não tenha reprovação no final de 2020.
Segundo o órgão os alunos devem ser avaliados e distribuídos de acordo com o nível de desempenho. Dessa forma, no final de 2021 os alunos poderão avançar um ou dois anos.
Por fim, para os estudantes do terceiro ano do ensino médio, pode ser que um ano letivo extra seja necessário para complementar ajudar no ensinamento.