Economia

Estatais Federais investem apenas 39,7% em 2021, orçamento é o pior em 6 anos.

O Diário Oficial da União (DOU) publicou o relatório em que mostra a execução o do orçamento de 2021. O relatório que traz o investimento de 64 estatais federais, 57 do setor produtivo e 7 do setor financeiro mostra que, dos recursos destinados à investimentos, apenas 39,7% foram executados. É o menor índice dos últimos seis anos, superando inclusive o primeiro ano do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2019. Naquele ano as empresas aplicaram 45,7% dos valores monetários autorizados para atender à programação orçamentária.

Os 60,3% da dotação que ficaram parados em 2021, terceiro ano da gestão Bolsonaro, equivalem a R$ 87,3 bilhões. Dinheiro este que poderia ter sido investido. O valor total destinado às empresas era de R$ 144,8 bilhões, o que significa dizer que apenas R$ 57,5 bilhões foram, de fato, usados.
Em relação à execução de verbas destinadas para investimentos, o melhor desempenho dos três anos de governo de Bolsonaro foi em 2020 quando as estatais aplicaram 69% do orçamento, o que representou um investimento de R$ 85,5 bilhões; o total previsto para o ano era de R$ 123,1 bilhões.

 

Destino dos recursos das estatais por região

De acordo com o relatório, a maior parte dos recursos das estatais foi destinada à Região Sudeste, enquanto a outras regiões do país foi destinada uma fatia bem pequena. O percentual foi de 52,6% para o Sudeste, 3,6% para o Nordeste, 0,7% para o Norte, 0,3% para o Sul, e somente 0,1% para a Região Centro-Oeste. O restante foi investido em regiões classificadas como “nacional” (30,9%) e exterior (11,9%).
Abaixo confira a distribuição por ministérios.

 

Orçamento por ministérios

  1. Minas e Energia.
    A Petrobras, maior das estatais brasileira aplicou somente 35,3% do previsto de um total que em reais correspondia a R$ 114 bilhões. A porcentagem da Eletrobras foi maior, 49,9%, contudo seu orçamento era de apenas R$ 42,1% em 2021.
    Economia.
    Banco do Brasil: aplicou 53% de um total de R$ 3,3 milhões
    Caixa: investiu 42,6% de R$ 3,5 bilhões disponíveis.
    BNDS: apenas 6,8% dos R$ 107 milhões.
    Dataprev: 17,2% de R$ 144,7 milhões.
  2. Infraestrutura.
    O ministério executou 37,3% de um total de R$ 1,3 bilhão. De todas as companhias estatais, a Infraero foi a que mais investiu, 58,8% de um orçamento de R$ 691.
  3. Defesa
    Em termos percentuais foi o ministério que mais executou, chegando a 64% do orçamento da estatal Emgepron (Empresa Gerencial de Projetos Navais). A dotação era de R$ 1,6 bilhão.
  4. Outros Ministérios
    O pior resultado do relatório ficou por conta das estatais dos Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovações e do ministério da Saúde. Tanto as dotações quanto os percentuais são os mais baixos de todas as pastas. A Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) recebeu somente R$ 7 milhões, mas investiu apenas a pífia porcentagem de 0,1%. Por sua vez, a Hemobrás (Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia) investiu 10,1% de R$235 milhões que lhe eram destinados.

Confira a íntegra do relatório publicado na edição de quinta-feira do Diário Oficial da União (DOU) aqui: https://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?data=27/01/2022&jornal=515&pagina=72&totalArquivos=182