Moedas de 10 centavos são normalmente deixadas de lado pela grande maioria dos brasileiros. Por causa do seu valor notadamente baixo, muita gente costuma passar estas peças, ou mesmo esquecer estes itens em casa. Contudo, é provável que o cidadão esteja perdendo muito dinheiro com esta prática.
Quem conhece um pouco do mundo da numismática entende que mesmo uma moeda simples de 10 centavos pode valer muito dinheiro no final das contas. Atualmente o Brasil conta com várias moedas deste tipo que podem ser consideradas raras, ou seja, são exemplares que podem ser vendidos a muito dinheiro.
Quanto vale esta moeda?
Mas o fato é que nem todas as moedas de 10 centavos podem ser consideradas raras. De acordo com as informações de especialistas, para ser considerada valiosa, a peça precisa contar com um defeito chamado de reverso horizontal.
O que é um reverso horizontal?
Mas afinal de contas, o que seria uma moeda com reverso horizontal? Para entender esta pergunta, é necessário saber que o Brasil adota um sistema de padrão reverso moeda, ou seja, eixo horizontal (EH). As moedas que fogem deste padrão exigido são conhecidas como reverso invertido, e são consideradas muito raras.
Basicamente, as moedas com reverso horizontal são aquelas que possuem o reverso com alinhamento contrário ou invertido ao alinhamento original. Na prática, para saber se uma moeda tem este defeito, basta segurar a peça com a face em posição normal virada para você. Logo depois, basta girar de baixo para cima.
Se o outro lado estiver com a cabeça para o lado, estamos falando de uma moeda com reverso horizontal, ou seja, uma peça valiosa. Vale frisar que qualquer item pode ser reverso horizontal. Até mesmo centavos podem ter este tipo de defeito. Em todos os casos, a peça poderá valer mais.
“Mas definir valor comercial à essas moedas é algo relativamente complicado, principalmente porque, como foram produzidas como erros durante o processo de cunhagem, não há registros da quantidade de moedas emitidas”, diz o especialista Plínio Pierry.
A lista de valores
O valor exato de uma moeda de 10 centavos que seja reverso horizontal varia a depender do ano da cunhagem. Veja abaixo:
- 10 centavos de 1998 reverso horizontal à direita – R$ 70;
- 10 centavos de 1998 reverso horizontal à esquerda – R$ 70;
- 10 centavos de 1999 reverso horizontal à esquerda – R$ 110;
- 10 centavos de 2001 reverso horizontal à direita – R$ 60;
- 10 centavos de 2001 reverso horizontal à esquerda – R$ 60;
- 10 centavos de 2002 reverso horizontal à direita – R$ 60;
- 10 centavos de 2002 reverso horizontal à esquerda – R$ 60;
- 10 centavos de 2003 reverso horizontal à direita – R$ 60;
- 10 centavos de 2003 reverso horizontal à esquerda – R$ 60;
- 10 centavos de 2004 reverso horizontal à direita – R$ 70;
- 10 centavos de 2004 reverso horizontal à esquerda – R$ 70;
- 10 centavos de 2005 reverso horizontal à direita – R$ 60;
- 10 centavos de 2005 reverso horizontal à esquerda – R$ 60;
- 10 centavos de 2006 reverso horizontal à direita – R$ 70;
- 10 centavos de 2006 reverso horizontal à esquerda – R$ 70;
- 10 centavos de 2007 reverso horizontal à direita – R$ 60;
- 10 centavos de 2007 reverso horizontal à esquerda – R$ 60.
As moedas do Brasil
O Brasil já contou com várias moedas no decorrer da sua história, de modo que estas peças de 10 centavos são apenas algumas entre tantas outras que já circularam pelas nossas ruas. Abaixo, você pode ver um resumo da nossa história monetária:
- Período colonial a 1942 – Réis
- De 1942 a 1967 – Cruzeiro
- De 1967 a 1970 – Cruzeiro Novo
- De 1970 a 1986 – Cruzeiro
- De 1986 a 1989 – Cruzado
- De 1989 a 1990 – Cruzado Novo
- De 1990 a 1993 – Cruzeiro
- De 1993 a 1994 – Cruzeiro Real
- De 1994 até os dias atuais – Real
A evolução da história
Mesmo na época do Brasil Império, já existia uma preocupação com o material usado nas moedas que seriam usadas no comércio. De acordo com um relatório histórico do Banco Central, com o passar dos anos, os imperadores começaram a alterar o material usado na fabricação destas peças.
“Com a generalização do uso de cédulas, a cunhagem de moedas direcionou-se para a produção de valores destinados ao troco. O cobre foi sendo substituído por ligas modernas, mais duráveis, de modo a suportar a circulação do dinheiro de mão em mão. A partir de 1868, foram introduzidas moedas de bronze e, a partir de 1870, moedas de cuproníquel”, diz o Banco Central
“Após a Proclamação da República, em 1889, foi mantido o padrão Réis. As moedas de ouro e prata receberam gravação da alegoria da República no lugar da imagem do imperador. A utilização do ouro, na cunhagem de moedas de circulação, foi interrompida em 1922, devido ao alto custo do metal”, completa o BC.