Apesar de boa parte dos professores de escolas particulares no Rio de Janeiro estarem em greve, conforme noticiamos aqui no portal, algumas das instituições se preparam para o retorno. Não somente no RJ, mas em cerca de nove estados.
As escolas estão fechadas desde março e no meio de julho muitos governos emitiram autorizações para que as privadas retomassem suas atividades presenciais.
Enquanto os donos das instituições garantem que estão preparados para esse retorno das aulas, mantendo as normas de segurança, os professores dessas redes dizem não estarem nada confortáveis.
Afinal, muitos órgãos de saúde e sanitarismo informam que as possibilidades de contaminação em ambiente escolar existem. Além disso, já há pesquisas no exterior que contabilizam alta de casos após a retomada das aulas. Portanto, é comum que surja tal receio entre educadores e funcionários.
De acordo com o Mapa de Retorno das Atividades Educacionais presencial no Brasil, que é divulgado diariamente pela Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), nove estados e o Distrito Federal têm propostas de data para retornar às atividades presenciais. Até o momento, somente o Amazonas já reabriu suas escolas particulares.
Os demais, segundo o mapeamento são: Acre, Pará, Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte, Alagoas, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul. Na capital do RJ, o retorno foi definido somente para quatro séries. As demais unidades da federação estão sem data definida.
“Na parte operacional já está tudo certo, temos protocolo, a gente já sabe o que fazer. Agora é uma questão política, porque, tecnicamente, já têm as condições sanitárias em muitos locais para voltar. Tem a necessidade das escolas funcionarem para não quebrarem, necessidade dos pais e das crianças. Também, para não prejudicar as crianças do ponto de vista pedagógico. Tem todas essas questões. Agora, a decisão é política”, diz o presidente da Fenep, Ademar Batista Pereira.
Professores e funcionários de escolas particulares reclamam
O retorno tem causado revolta em trabalhadores de escolas particulares de todo o Brasil, que alegam ser precoce.
“Neste momento, não existe protocolo seguro, não existe. Os órgãos de saúde estão dizendo que é perigoso, que não tem condição, nem com afastamento. Ainda mais criança. Não tem condição de garantir um protocolo completamente seguro”, diz a coordenadora geral da Contee, Madalena Peixoto.
Por esse sentimento amplificado está sendo unânime a entrada com processos contra os governos, levados ao Ministério Público e para a Justiça em algumas unidades da federação.
Nesse sentido, o que se espera é que haja muitas ações contrárias, seja greves ou manifestos, para tentar modificar a decisão das prefeituras e dos governos dos estados.