Entre os mais de cinco milhões de inscritos na edição de 2019 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), cerca de 3.954.805 – ou 77,6% – disseram não ter acesso à internet, segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Além disso, quase a metade dos candidatos afirmou não ter computador em casa. Responderam que não tinham o aparelho eletrônico, 2.345.467 pessoas, o equivalente a 46% dos inscritos.
No momento da inscrição, os participantes recebem um formulário que deve ser preenchido com seus dados socioeconômicos. As informações são compiladas pelo Inep e divulgadas posteriormente. Os números do ano passado foram publicados em 26 de junho.
Com a suspensão das atividades presenciais e a adoção de aulas remotas por conta da pandemia de coronavírus, milhares de candidatos ao Enem 2020 poderão ter dificuldades para acompanhar as aulas remotas, se a tendência da edição anterior se repetir entre os inscritos deste ano.
Falta de acesso
Segundo o levantamento do Inep, quatro em dez concorrentes disseram ter apenas um computador em casa, foram 2.202.984 candidatos (43%). O acesso foi maior em celulares, e apenas 2% dos candidatos disseram não ter o aparelho.
Ao menos 1.085.417 (21%) dos participantes assinalou ter apenas um dispositivo em casa. Enquanto que 1.595.029 (31%), disse ter dois celulares, 1.386.256 (27%) três e 919.229 (18%) quatro ou mais.
Em alguns estados, o programa escolar passou a ser emitido pela TV em canais educativos. Dos candidatos de 2019, apenas 5% disseram não ter o eletrodoméstico. Entretanto, a maior parte dos candidatos (69%) afirmou ter apenas uma.
Estudantes de baixa renda
O Portal Notícias Concursos mostrou que alunos de baixa renda têm desistido de fazer a prova e frequentar cursinhos populares durante a pandemia. Os motivos vão desde à falta de computadores e acesso à internet, à ausência de um ambiente adequado para o estudo em casa.
Na edição passada do Enem, quase 60% dos inscritos (2.980.446) pediu a isenção dos valores pagos para a inscrição da prova. Para ter acesso a este direito, o candidato se declara em situação de vulnerabilidade socioeconômica, ou membro de família com renda inferior a um salário mínimo.
A maior parte (1.244.925) deles está concentrada na região Nordeste do Brasil, são cerca de 41% estudantes. A região Sudeste fica em segundo lugar nesta classificação com 901.495 concorrentes, ou 30%. Em seguida vem o Norte (406.827), o Sul (225.458) e o Centro Oeste (201741). *Informações do G1.