No decorrer de janeiro, mais de 3 mil consumidores tomaram a decisão de notificar o encerramento de contratos com distribuidoras de energia elétrica, buscando migrar para o mercado livre de energia. Este movimento marca o início da vigência da abertura desse modelo para consumidores do grupo A, composto por aqueles de média e alta tensão. Anteriormente, essa opção estava disponível apenas para grandes indústrias.
Os consumidores que se enquadram no grupo A agora têm a possibilidade de escolher o mercado livre de energia como uma alternativa ao fornecimento tradicional das distribuidoras. Essa expansão do acesso ao mercado livre oferece aos consumidores de média e alta tensão a liberdade de explorar diferentes fornecedores e condições contratuais, além de potencializar a gestão eficiente de seus consumos energéticos.
Mercado livre de energia pode reduzir gastos de empresas
Com a recente expansão do mercado livre de energia para consumidores do grupo A, de média e alta tensão, a mudança promete impactar positivamente as contas de energia de milhares de empresas, com a possibilidade de redução em torno de 20%. Marcelo Loureiro, conselheiro da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), afirma que novos negócios podem se beneficiar desse modelo.
De acordo com Loureiro, mais de 12 mil pequenas e médias empresas já manifestaram interesse em aderir ao mercado livre de energia ao longo de todos os meses de 2024. Ele estima que o número total de adesões possa variar entre 20 e 24 mil empresas.
Essa movimentação representa um aumento expressivo, considerando que atualmente existem 38 mil unidades consumidoras no segmento livre. Dessa forma, a expectativa é que o volume de aderentes possa elevar esse número em até 50% somente neste ano.
A abertura do mercado livre de energia oferece às empresas a oportunidade de explorar diferentes fornecedores, condições contratuais e estratégias de consumo, buscando maior eficiência energética e, consequentemente, redução nos custos operacionais. O cenário aponta uma significativa adesão por parte das empresas, impulsionando a dinâmica do setor elétrico no Brasil.
Consumidores ganham liberdade de escolha
A portaria do Ministério de Minas e Energia estabeleceu que os consumidores têm agora a oportunidade de escolher um comercializador varejista habilitado na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica. Mais de 100 agentes varejistas já receberam a habilitação, marcando um avanço na diversificação de opções para os consumidores.
Com a adesão ao mercado livre de energia, os consumidores permanecem vinculados às distribuidoras, que detêm a infraestrutura da rede por onde a energia é distribuída. No entanto, agora existe a opção de escolher o fornecedor de energia de sua preferência, além de decidir sobre o tempo de contrato, preço e até o tipo de energia que desejam adquirir.
Dante Beneveni, CEO da Urca Trading, uma empresa do Grupo Urca Energia, que recentemente obteve habilitação para operar no mercado livre de energia, enfatiza que a adesão a esse modelo pode resultar em uma redução de custos, chegando a até três faturas por ano. Além da economia financeira, Beneveni destaca diversos benefícios proporcionados pelo mercado livre.
O principal destaque mencionado por Beneveni é o “poder de escolha”, que oferece aos consumidores a possibilidade de selecionar entre diferentes fornecedores de energia, proporcionando uma experiência personalizada. A liberdade de não ficar restrito à distribuidora local é apontada como um aspecto fundamental desse novo cenário.