A pesquisa foi realizada pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, na última quarta-feira (6). Foram analisadas 408 companhias, onde 61% delas não têm participação das mulheres no quadro de liderança. Esse percentual representa o número de mulheres que integram cargos importantes na diretoria e conselhos de administração nas principais empresas de capital aberto e que estão listadas na Bolsa de Valores.
Segundo o mesmo levantamento, para cada 100 empresas com negociações na bolsa, apenas 6% têm três ou mais mulheres que ocupam cargos de direção, sendo que 25% tem somente uma. 32% das empresas também não têm nenhuma mulher no cargo de conselho.
Para a fundadora do Women on Board, Marina Copola, é um pouco triste ver estes números e destacou a diferença entre os cargos: “A diretoria é mais difícil por ser mensurada e então precisa ser olhada com maior cautela. Já o conselho tem a participação dos acionistas, onde é normal que exista uma maior participação da mulher”.
As mulheres também têm menor representatividade em cargos gerenciais (37,4%) e de uma forma geral, recebem cerca de 77% dos ganhos médios dos homens. O estudo aconteceu em junho deste ano, considerando desde as empresas do nível básico até o novo mercado.
Das 190 empresas que estão listadas no Novo Mercado, que trata de estabelecer regras elevadas na governança corporativa, 89% têm apenas uma ou nenhuma mulher entre os seus diretores. Entre as companhias que possuem 3 ou mais mulheres em cargos de liderança, corresponde a 3% do total.
Em relação ao nível básico, empresas que contém uma ou nenhuma mulher nos cargos de direção somam 86% de um total de 168 companhias elevadas. No nível 2, o percentual sobe para 87%.
Enquanto as empresas do nível 1, essas foram as que apresentaram o menor índice (67%) quando o critério foi ausência ou a presença de mulheres que estão na diretoria. De acordo com os Indicadores Sociais das Mulheres no Brasil e IBGE, o Brasil representa mais da metade da população representada pelas mulheres, sendo na média as menos instruídas.
Com o objetivo de proporcionar às empresas a avançarem na diversidade de gênero, a B3 lançou no mês de setembro, um título que é vinculado às metas de sustentabilidade, conhecido como SLB.
O mais comum no mercado é que as empresas lancem SLBs de acordo com as metas ambientais, sendo que a B3 ancorou o seu novo título a duas metas que são exclusivamente sociais. A perspectiva é fazer até 2024 um índice de diversidade para mostrar quem são as empresas que têm bons indicadores.
Ainda segundo a Bolsa de Valores (B3), esse indicador irá ajudar os investidores a analisar o real comprometimento das empresas e com a melhor sustentabilidade, além de estimular as companhias a avançarem na área. As empresas devem buscar investir em práticas de melhor governança e incluindo as mulheres.