O Ministério do Trabalho e Previdência informou na semana passada que o Brasil criou 241,8 mil empregos formais em fevereiro. Os dados fazem parte do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que informa a quantidade de contratações e demissões realizadas no país em cada mês.
Embora o número seja expressivo, ficou 31,6% menor que o resultado observado em fevereiro de 2022, quando o Brasil havia criado 353,3 mil empregos formais. Seja como for, todas as 27 unidades federativas (UFs) fecharam o mês com um saldo positivo de criação de postos formais de trabalho.
Em síntese, o estado de São Paulo continuou na liderança nacional, respondendo por 27% dos empregos formais criados no país no segundo mês de 2023. Aliás, veja abaixo o top dez das UFs com os maiores saldos de postos de trabalho criados em fevereiro:
- São Paulo: 65,3 mil;
- Minas Gerais: 27 mil;
- Paraná: 24 mil;
- Santa Catarina: 19,7 mil;
- Rio Grande do Sul: 19,5 mil;
- Rio de Janeiro: 14,7 mil;
- Goiás: 11,5 mil;
- Bahia: 8 mil;
- Distrito Federal: 7,5 mil;
- Pernambuco: 6,7 mil.
Em contrapartida, os estados com os menores números de empregos criados em fevereiro foram Amapá (139 vagas), Alagoas (160), Roraima (220), Rio Grande do Norte (433), Paraíba (523), Maranhão (722), Acre (810) e Piauí (913). Todos são estados das regiões Norte e Nordeste.
Sudeste se destaca em fevereiro
O levantamento do Caged não mostra apenas os dados das UFs, mas também das regiões brasileiras. Em fevereiro deste ano, o Sudeste foi o grande destaque no país, criando 110,6 mil empregos formais. Isso corresponde a 45,7% do total de postos de trabalho gerados no Brasil no período.
Veja os números de vagas formais de emprego criadas em todas as regiões brasileiras:
- Sudeste: 110,6 milhões;
- Sul: 63,3 milhões;
- Centro-Oeste: 29,9 milhões;
- Nordeste: 23,2 milhões;
- Norte: 12,4 milhões.
Estes dados mostram que o Sul concentrou 26,2% dos empregos criados no país em fevereiro. Em seguida, ficaram as regiões Centro-Oeste (12,4%), Nordeste (9,6%) e, por último, o Norte (5,1%).
Veja os dados acumulados em 2023
De acordo com os dados do Caged, quase todas UFs conseguiram registrar um saldo positivo no acumulado dos dois primeiros meses de 2023. No período, o Brasil criou 326,4 mil empregos, número 37,3% menor que o observado no primeiro bimestre de 2022, quando o país criou 520,6 mil postos de trabalho.
Confira as UFs que tiveram os maiores saldos de postos de trabalho criados no período:
- São Paulo: 83,6 mil;
- Santa Catarina: 36,2 mil;
- Paraná: 30,9 mil;
- Rio Grande do Sul: 29,7 mil;
- Minas Gerais: 25,2 mil;
- Goiás: 21,7 mil;
- Mato Grosso: 19,5 mil;
- Rio de Janeiro: 13,6 mil;
- Bahia: 11,5 mil;
- Mato Grosso do Sul: 10,5 mil.
Por outro lado, os dados mais fracos vieram de Rio Grande do Norte (104 vagas), Acre (145 ), Alagoas (235), Amapá (241) e Sergipe (743). No entanto, a Paraíba encerrou o bimestre com o único resultado negativo do país, registrando o fechamento de quase 1,2 mil vagas de emprego.
Trabalhador ganhou menos em fevereiro
Os dados do Caged também mostraram que o trabalhador brasileiro ganhou menos em fevereiro deste ano. A saber, o salário médio de admissão era de R$ 2.028,27 em janeiro, mas o valor caiu 2,5% no mês seguinte, para R$ 1.978,12. Em valores reais, o trabalhador passou a receber R$ 50,15 a menos que em janeiro.
Em contrapartida, o salário ficou 0,9% maior que o observado em fevereiro de 2022 (R$ 1.960,49). Isso quer dizer que os trabalhadores formais do Brasil receberam R$ 17,63 a mais que há um ano.
Ao considerar o salário médio real de desligamento, o valor cresceu tanto na comparação mensal quanto na anual. Em suma, os trabalhadores demitidos no segundo mês deste ano ganharam, em média, R$ 2.064,29. Esse valor ficou 0,7% maior que o de janeiro (R$ 2.050,64) e 3,2% superior ao de fevereiro do ano passado (R$ 1.999,71).
Vale ressaltar que os dados do Caged consideram apenas os trabalhadores com carteira assinada. Em outras palavras, o levantamento não inclui os trabalhadores informais do país, que representam uma grande parcela da força de trabalho do país.
Na verdade, o Caged faz apenas um recorte do mercado de trabalho brasileiro. Por isso, estes dados apresentados pelo Ministério do Trabalho e Previdência não são comparáveis às informações levantadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), através da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continua (PNAD) Contínua, que mostra a taxa real de desemprego do país.
Por falar nisso, o IBGE reportou na semana passada que a taxa de desemprego no Brasil cresceu 0,5% no trimestre móvel encerrado em fevereiro de 2023, chegando a 8,6%. Isso mostra que o mercado de trabalho ainda sofre para se recuperar.