De acordo com um novo estudo da consultoria Bain & Company, 35% de todas as conexões móveis do Brasil em 2025 serão 5G. A quinta geração de banda larga móvel promete mais velocidade de Internet e, principalmente, baixa latência – que é o quanto demora para um arquivo ser enviado, por exemplo. O 5G promete revolucionar a sociedade, permitindo mais uso de tecnologias autônomas, como os carros conectados que se dirigem sozinhos.
A penetração do 5G deve ser ainda maior até 2030, alcançando 81% das conexões móveis. De acordo com a análise, isso acontecerá à medida em que haja a expansão da cobertura 5G. Para isso, será necessário o trabalho em conjunto de grandes operadoras (atuando nos centros urbanos de grande e médio porte) e de operadoras regionais (em cidades de médio e pequeno porte).
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Os consumidores também precisam entrar neste mercado com a compra de smartphones 5G, principalmente entre os usuários pós-pagos, que dão mais lucros para as operadoras e trazem mais retorno de investimento. Posteriormente, será necessário que a base de pré-pagos também embarque na nova tecnologia.
Se tudo ocorrer como o previsto, a Bain & Company estima que o potencial do mercado 5G movimente R$ 36 bilhões em 2025. Cinco anos depois, o valor vai mais que duplicar, chegando a R$ 74 bilhões.
Apesar de perspectivas positivas, o relatório mostra que os desafios para a implantação do 5G no Brasil são grandes. Por ter um retorno incerto, com novas obrigações onerosas que surgem conforme o projeto avança, as empresas precisam estar preparadas para diferentes cenários e novos desdobramentos.
Qual será o impacto do 5G
Com uma conexão mais rápida e de melhor qualidade, o sarrafo sobe na hora de garantir a satisfação do cliente. Na visão de Bruno Cedaro, COO da Pontaltech, empresa especializada em canais de comunicação, como chatbots e mensageiros, o bom desempenho de uma plataforma vai guiar a experiência do consumidor.
Em um artigo, ele escreve: “Quanto mais rápido for o oferecimento de um serviço e sua qualidade, maior será a satisfação do consumidor justamente devido à tal velocidade. Consequentemente, aumentará seu tempo de permanência na plataforma, a chance de ele finalizar uma compra ou, ser impactado por uma propaganda direcionada, por exemplo”.
Para que isso dê certo, será preciso que as empresas deem preferência a experiência de consumo (UX, na sigla em inglês). Cedaro destaca a necessidade de que usar um aplicativo ou site seja agradável e intuitivo. Dessa forma, a comunicação será muito mais clara, veloz e otimizada, com o cliente satisfeito com a entrega e as empresas aproveitando um ambiente mais conectado e produtivo.
“Para garantir esses benefícios na comunicação digital, a adaptação ao 5G deve ser pensada com foco na usabilidade do cliente, uma vez que ele irá esperar por um serviço veloz que atenda suas expectativas. Por mais que ainda demore para ser acessível para grande parte da população, a espera valerá a pena”, afirma o especialista.
O que muda para as operadoras
Para as operadoras, também haverá diferenças. A curto e médio prazo, o 5G oferecerá uma oportunidade para essas empresas repensarem seu negócio. Um exemplo será o uso do 5G para oferecer internet banda larga fixa, o chamado acesso fixo wireless. A Brain & Company acredita que isso afetará diretamente o cenário das operadoras móveis no Brasil, promovendo uma maior disputa entre elas.
Já as operadoras regionais, que atuam localmente em cidades menores ou em áreas mais afastadas dos grandes centros, o 5G oferece uma nova alternativa de crescimento, principalmente em mobilidade. Dado o cenário no qual essas empresas possuem um número considerável de clientes utilizando infraestrutura de fibra óptica, o negócio não deve ser impactado negativamente pelo 5G. Isso porque, segundo a consultoria, a experiência de consumo já é boa o suficiente para o cliente.
No longo prazo, o 5G poderá permitir que operadoras ofereçam aplicações inovadoras, combinando, por exemplo, baixa latência, elevado número de conexões simultâneas e soluções computacionais. Será a hora em que tecnologias mais vistas em filmes de ficção científica cheguem à vida real, como cidades inteligentes, realidade virtual e inteligência artificial.
Para que tudo isso se torne realidade, ainda é preciso que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) realize o leilão de frequências do 5G. Este processo permite que operadoras comprem faixas de frequência em que transitam os dados de Internet e outros tipos de tecnologias, como a televisão e o rádio. A previsão é que isto ocorra ainda em 2021.