No Anuário de Competitividade Mundial 2020 (World Competitiveness Yearbook – WCY), o Brasil está em último lugar no fator educação. A posição do país é a de 63, duas abaixo de 2019.
Para o professor da Fundação Dom Cabral (FDC) e coordenador do estudo, Carlos Arruda, a postura liberal do governo de Jair Bolsonaro mostrou que, se por um lado a redução do papel do Estado na economia gerou eficiência, por outro deixou clara a necessidade de maior atuação na esfera da educação. “O ponto crítico desta edição é educação, um elemento transformador, que deve ser tratado como prioritário e não secundário”, disse.
Embora a representatividade dos gastos em educação em relação ao Produto Interno Bruto, de 6%, seja equiparável a países ricos, os gastos públicos totais por estudante, de US$ 2.165 por aqui, estão muito abaixo da média geral, de US$ 6.363, além do que no ensino superior apenas 19,6% da população brasileira de 25 a 34 anos chega a esse nível de ensino contra a média mundial de 42,8%.
Competitividade mundial
Por outro lado, o Brasil avançou três posições no tradicional ranking de competitividade mundial publicado pelo IMD (International Institute for Management Development), em parceria com a Fundação Dom Cabral (FDC). No anuário, a posição do Brasil passou a ser a de 56 entre 63 nações no ranking de competitividade, mais pela piora de outros concorrentes do que por avanços estruturais.
As reformas econômicas mostraram resultado e o clima era de otimismo entre o empresariado antes da pandemia da Covid-19 – a pesquisa inclui indicadores de opinião, coletados no primeiro trimestre deste ano.
O estudo aponta que esse avanço “é irrisório”, pois mesmo que retornasse à posição de dez anos atrás (55ª) ainda estaria muito longe do ideal, permanecendo entre os países menos competitivos do mundo em eficiência do governo. Singapura segue no topo do ranking nesta edição, seguida por Dinamarca e Suíça, posições antes ocupadas por Hong Kong e Estados Unidos.