Economistas veem risco de alta de desemprego com o fim do auxílio emergencial
Projeção prevê alta de até 18% no desemprego ainda em 2020
Em junho, o fechamento de vagas foi menor que o esperado. Ainda assim, a boa notícia não significa que o mercado de trabalho absorveu bem os efeitos da pandemia do novo coronavírus.
De acordo com a Secretaria de Trabalho, o país perdeu 10,9 mil vagas formais em junho. As projeções eram de que as perdas seriam dez vezes maiores. Mesmo assim, o primeiro semestre de 2020 acabou com recorde de 1,2 milhão de postos de trabalho perdidos.
Já a taxa de desemprego ficou em 12,9% no trimestre que se encerrou em maio. A porcentagem significa 12,7 milhões de pessoas, com o encerramento de 7,8 milhões de postos de trabalho quando comparado ao primeiro trimestre. Em junho, a desaceleração foi ancorada em programas do governo, como o auxílio emergencial e o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (BEm).
De acordo com economistas ouvidos pelo G1, os fatores que geraram os bons índices são temporários. Por isso, quando esses benefícios chegarem ao fim, a busca por emprego deve subir de imediato. Com o fim da pandemia, quem não está procurando emprego por causa do isolamento social irá voltar a buscar.
Segundo projeções da Genial Investimentos, a taxa de desemprego no Brasil deve acabar 2020 em cerca de 18%. O número é de 5% a mais do que os 12,9% registrados em maio. Serviços como comércio, restaurantes e transportes devem sofrer.