Aumento dos preços dos alimentos
Os preços de alimentos voltaram a subir de forma significativa (2,76%) após acomodação no trimestre anterior, informa o Relatório de Inflação, divulgado pelo Banco Central do Brasil. Sendo assim, o aumento foi disseminado por vários produtos, mas se destaca a contribuição dos aumentos nos preços de carnes, de aves e ovos, e de leite, relata o BC.
A piora das condições climáticas
No entanto, parte dessa alta decorre do repasse do aumento de custos com ração animal, que interage com a menor disponibilidade de pastagens em decorrência da seca. Também teve papel relevante o recuo modesto dos preços de alimentos in natura, em comparação ao padrão sazonal típico, refletindo a piora das condições climáticas.
Dessa forma, os preços dos bens industriais continuaram em forte elevação (2,53%). Trata-se do quinto trimestre consecutivo com elevação superior a 1,50%, revelando a persistência do fenômeno.
Composição dos gastos familiares
Assim sendo, contribuiu para essa alta fatores como a mudança na composição dos gastos das famílias, a existência de gargalos de oferta e o repasse de custos, dentre os quais o de commodities, o de depreciação da taxa de câmbio e, mais recentemente, o de energia.
O Relatório aponta que os aumentos foram disseminados entre os vários produtos que compõem a categoria, mas sobressaíram?se, no trimestre, as altas nos preços de vestuário e de veículos, que em parte representaram impactos do aumento da mobilidade e de gargalos de oferta, respectivamente.
Elevação dos preços dos serviços
Os preços de serviços seguem mostrando alta mais contida que os demais, mas houve nítida aceleração no trimestre (1,29% ante 0,02%). É esperado que a maior mobilidade propicie aumento dos preços de serviços que se encontram em patamar deprimido. O aumento recente da inflação também deve contribuir para a elevação dos preços no segmento, em parte por seu efeito sobre salários nominais e em parte por mecanismos de inércia e indexação.
Por fim, houve aumento significativo nos preços de consertos de equipamentos domésticos e veículos, o que pode estar diretamente ligado à alta nos preços de peças para reparos, informa o BCB.
Conforme a metodologia de regulação tarifária, o recuo refletiu a queda pronunciada das despesas assistenciais pelas operadoras dos planos de saúde em 2020, em decorrência do isolamento social. Nesse sentido, a normalização dos gastos assistenciais em 2021 deve implicar forte elevação das tarifas em 2022, informa o Banco Central do Brasil, por meio de seu último Relatório de Inflação, divulgado em site oficial.