Economia

Economia brasileira ENCOLHE 3,0% em maio, diz Monitor do PIB-FGV

economia brasileira registrou uma forte queda em maio de 2023. Após iniciar o ano com resultados positivos, alcançando taxas mais elevadas que o esperado, a atividade econômica do país encolheu 3,0% no quinto mês deste ano. O forte recuo aconteceu após a queda de 1,2% registrada em abril.

Vale destacar que, apesar de o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil ter registrado um resultado negativo na base mensal, não foi isso o que aconteceu na comparação anual. Em resumo, a economia do país cresceu 1,8% em maio, em relação ao mesmo mês de 2022, indicando o bom resultado do início do governo Lula.

Cabe salientar que, em 2022, o PIB brasileiro cresceu 2,9% em relação a 2021. Isso aconteceu por causa da fraca base comparativa, uma vez que o país ainda sofria com os impactos provocados pela pandemia da covid-19 em 2021.

Aliás, a economia global sofreu uma grande recessão em 2020, ano da pandemia de covid-19. No ano seguinte, as nações registraram resultados bastante positivos devido à fraca base comparativa.

No Brasil, o crescimento não ocorreu apenas em 2021, mas também em 2022. Para 2023, a expectativa também é de avanço do PIB, mas o resultado deverá ser um pouco mais tímido que o do ano passado.

Todos estes dados fazem parte do Monitor do PIB-FGV, realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE) e divulgado na semana.

Fim da colheita de soja derruba PIB

A saber, o PIB brasileiro cresceu fortemente nos primeiros meses deste ano, na base comparativa mensal, após ajuste sazonal. Em suma, a agropecuária foi o principal setor a impulsionar esse resultado.

Contudo, segundo a coordenadora da pesquisa, Juliana Trece, o tombo de 3,0% da atividade econômica em maio ocorreu por causa do “fim dos principais meses de colheita da safra de soja“.

O expressivo crescimento do PIB no primeiro trimestre, sendo influenciado pelo desempenho da colheita de soja, elevou a base de comparação nos primeiros meses do ano e, em maio, com a redução da colheita deste produto, a atividade econômica retraiu“, explicou.

Fim dos principais meses de colheita da soja derruba economia brasileira. (Imagem: Reprodução/Canal Rural).

Para quem não sabe, a soja é o principal grão produzido no país, e sua forte produção ajudou a impulsionar a agropecuária e, consequentemente, a economia brasileira no primeiro trimestre deste ano.

Em suma, a agropecuária cresceu 10,9% nos três primeiros meses de 2023, sendo o único setor a crescer em todos os meses do primeiro trimestre, na comparação com o mês anterior. O setor de serviços e a indústria não conseguiram ter desempenhos tão positivos assim.

Apesar da queda do PIB ser majoritariamente explicada pelas particularidades da agropecuária, cabe ressaltar que também foram registradas retrações na indústria e nos serviços em maio, embora em magnitudes distintas da agropecuária (-0,1%, em ambas as atividades)

Desafios para a economia brasileira em 2023

De acordo com Juliana Trece, os dois principais desafios para a atividade econômica do país são os juros elevados e a desaceleração do setor de serviços. Aliás, ela informou que os juros altos ajudaram derrubar os serviços e a indústria em maio. Por isso, a economia brasileira não conseguiu reduzir a influência da agropecuária e melhorar o desempenho mensal.

No mês passado, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) realizou mais uma reunião para definir os rumos da política monetária do país. Em suma, a taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, continuou em 13,75% ao ano. Esse é o maior nível dos juros no Brasil desde novembro 2016, ou seja, em mais de seis anos e meio.

Para quem não sabe, a taxa Selic é o principal instrumento do BC para controlar a inflação no Brasil. Quanto mais elevados os juros estiverem no país, mais comprometido fica o poder de compra dos consumidores. O principal efeito colateral da Selic elevada é a limitação do crescimento econômico, cenário que vem sendo visto nos últimos meses.

Além disso, vale destacar que o setor serviços é o principal motor da economia brasileira e geralmente exerce a maior influência no PIB do país. O setor responde por cerca de 70% da atividade econômica do país, e os resultados do setor acabam influenciando fortemente a taxa nacional.

O FGV IBRE ainda estimou que, nos cinco primeiros meses de 2023, o PIB brasileiro acumulou R$ 4,24 trilhões, em valores correntes.