Foi divulgada uma prévia do levantamento econômico brasileiro do ano de 2021 que demonstrou boas marés para a economia do Brasil no ano passado. O estudo será publicado no dia 4 de março pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com o divulgado pelo Banco Central, após queda equivalente a 4,1% em 2020, o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) avançou em 4,5% em 2021.
O IBC-Br também afirmou que, em dezembro de 2021, a economia também subiu em 0,33%. Para melhor entendimento, o IBC-Br é uma pesquisa utilizada pelo Banco Central para estabelecer a tarifa básica de juros do Brasil. Portanto, consiste em estimativa do PIB para analisar o progresso da economia brasileira com o objetivo de auxiliar as negociações da Selic. Dessa forma, quanto menor o avanço das atividades econômicas, temos menos pressão da inflação.
Com o avanço da inflação no país, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu por unanimidade elevar a taxa Selic. Os juros básicos da economia partiram de 9,25% para 10,75% ao ano, essa é a primeira vez desde julho de 2017 que a taxa Selic atinge o patamar de dois dígitos.
De acordo com o Copom, os juros básicos continuarão sendo elevados até que a inflação esteja controlada no médio prazo. Contudo, o órgão informou que reduzirá o ritmo das altas da taxa Selic nas próximas reuniões, porque a economia ainda está sentindo o impacto dos aumentos anteriores.
Desde agosto do ano passado, a instituição financeira passou a aumentar a taxa em 1 ponto a cada reunião. Isso tendo em vista o agravamento da inflação e das tensões no mercado financeiro, a partir disso, o reajuste passou para 1,5 ponto nas três últimas reuniões.
Contudo, a Selic continua num ciclo de alta, depois de passar seis anos em alta. Desde julho de 2015 a outubro de 2016, a taxa permaneceu em 14,25% ao ano. Após este período, o Copom voltou a reduzir os juros básicos da economia até que a taxa chegasse a 6,5% ao ano em março de 2018. Por fim, em agosto de 2019 a taxa voltou a ser reduzida, até alcançar o patamar de 2% ao ano em agosto de 2020.
Contudo, mesmo com os bons resultados, as atividades econômicas brasileiras têm enfrentado a alta da inflação e o aumento da taxa básica de juros, que alcançou 10,75% anual em fevereiro, a maior porcentagem desde 2018. Um dos motivos que desencadeou a desaceleração pode ser observada com o PIB negativo no terceiro trimestre de 2021.
Deve-se ficar atento quem atua no mercado financeiro, pois a desaceleração poderá ser maior nesse cenário. De acordo com os analistas das instituições financeiras esperam um aumento de somente 0,30% para o PIB em 2022.
Ainda assim, vale destacar que esses números são estimativas do PIB, já que as informações oficiais da economia serão publicadas em março e os números estão sendo revisados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Contudo, já é possível observar que os resultados estão abaixo do que era esperado pelo governo, que havia previsto um aumento de 5,1% do PIB em 2021.